Por Tiago Pereira, da RBA (http://www.redebrasilatual.com.br/)

São Paulo – Artistas, jornalistas, movimentos sociais, ativistas dos direitos humanos e a juventude “das quebradas” paulistanas se reuniram ontem (25), na Praça das Artes, no centro da capital, para a festa-show de lançamento oficial do coletivo Jornalistas Livres.

A plateia pôde conferir apresentações de samba, rap, hip-hop, tambores africanos e o ritmo caribenho de um grupo composto por imigrantes haitianos. Flora Matos fechou a noite que foi marcada pela diversidade de gêneros, estilos, crenças, raças, cores, tanto no palco como na plateia.

“É festa dos direitos humanos, é a festa da diversidade, dos movimentos sociais. É a festa de todo mundo que luta por um país justo, mais humano e mais solidário”, disse Laura Capriglione, que integra o coletivo Jornalistas Livres, na abertura do evento.

“A ideia é que a gente construa um canal para que todos os movimentos sociais, todas as pessoas que querem falar, que querem se expressar, e que não encontram expressão possível dentro da mídia tradicional, possam usar esse grande canal que está se abrindo hoje por meio dos Jornalistas Livres”, ressaltou Laura.

As bandeiras dos movimentos sociais marcaram presença. Uma barraca do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fazia a venda de produtos agroecológicos oriundos da reforma agrária. No palco, movimentos de luta por moradia faziam a defesa da reforma urbana “na prática”, como destacou Guilherme Boulos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

“O que os Jornalistas Livres estão fazendo, não só nesse evento de hoje, mas ao fazer a cobertura dos movimentos sociais, mostrando o que a grande mídia não mostra, é fazer, na prática, a democratização dos meios de comunicação. Nós, quando fazemos ocupação, estamos fazendo a reforma urbana, na prática, e os Jornalistas Livres estão democratizando a mídia, na prática, com as suas ações”, destacou Boulos em um dos breves discursos engajados que entremearam as apresentações musicais.

Mídia livre e oposição à redução da maioridade penal, temas em destaque Outro tema presente foi a redução da maioridade penal. Na área aberta da Praça das Artes, uma enorme bandeira feita de retalhos dava o recado: “Redução é roubada”. O tema também foi objeto da fala do deputado federal Orlando Silva (PCdoB), que afirmou que os parlamentares que são a favor da redução o fazem sem embasamento, com o único argumento de que “essa seria a vontade da maioria”.

Também estiveram presentes o ex-senador e atual secretário de Direitos Humanos da cidade de São Paulo, Eduardo Suplicy, o blogueiro e ativista Altamiro Borges, o economista Paul Singer, a cartunista Laerte Coutinho e diversos representantes da sociedade civil organizada.