Fonte: http://www.al.es.gov.br
Catadores de recicláveis que atuam no Espírito Santo estão se mobilizando para integrarem, em breve, a Rede da Economia Solidária. A experiência já desenvolvida em outros Estados, como São Paulo, objetiva agregar valor e gerar mais renda em setores desfavorecidos da economia formal e informal.
O funcionamento da Rede de Economia Solidária, que pode ser autossustentável financeiramente por meio de cooperativas de crédito, foi discutido durante o I Seminário dos Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Vitória, realizado nesta segunda-feira (10), no auditório Hermógenes Fonseca, da Assembleia Legislativa.
O economista Itamarcos Coutinho, que presta consultoria em economia solidária, falou sobre o tema e disse que o desafio dos catadores no Espírito Santo e em todo o País é fazer com que a triagem dos materiais tenha maior valor agregado.
“Conseguindo agregar esse valor, o maior desafio passa a ser que esse produto volte para o mercado solidário. A rede de economia solidária quer que o catador consiga triar e depois comercializar o material para um empreendimento solidário. Esse empreendimento, então, beneficiaria esse material e o disponibilizaria para o próprio mercado solidário”, explicou. Durante o evento, os participantes puderam ver produtos feitos com recicláveis.
O economista lembrou que já existe no Espírito Santo experiência com fábrica de sabão ecológico. “O óleo, que era despejado nos rios, não é mais, a gente consegue coletar 400 litros de óleo mensalmente e fazer quatro mil barras de sabão, que são consumidas a preços mais baratos por integrantes da própria rede”.
De acordo com o assistente social Herbeth Gomes Ferreira, que atua como técnico do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), até janeiro de 2015 deverá estar em funcionamento a Rede de Economia Solidária dos Catadores Unidos do Espírito Santo (Reunes). O estatuto da Reunes está sendo elaborado com auxílio do Insea. “A Reunes vai possibilitar a entrada das associações de catadores na Rede de Economia Solidária. De início, 14 associações deverão compor a Reunes, cujo estatuto está em fase de elaboração, depois de termos viabilizado o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica)”.
Conforme Herberth, enquanto a Reunes não é formalizada, as associações de catadores de Cachoeiro de Itapemirim, Marataízes e Castelo já estão fazendo parte do mercado solidário, pois decidiram se filiar a um modelo de rede semelhante à do Estado de Minas Gerais. “A experiência dessas três associações demonstra a viabilidade da rede solidária. Os catadores de recicláveis vão aumentar a sua renda e agregar valor ao trabalho realizado”.