Fonte: http://www.cafedasquatro.com.br

Apesar de ser uma forma de ocupação antiga, o conceito de economia solidária é relativamente novo, e somente agora estão aparecendo esforços mais concentrados dos gestores públicos para impulsionar esse tipo de prática. No Rio é representada por categorias como pescadores, artesãos, catadores de papel e agricultores.

“É algo que ainda está engatinhando no Brasil, mas desde o ano passado trabalhamos a questão de forma mais profissional. O Conselho Estadual de Economia Solidária, por exemplo, é uma lei estadual de 2008, mas ele só foi regulamentado e instituído em setembro do ano passado”, diz Romay.

O secretário diz que exatamente pela falta de políticas públicas sobre o tema, ainda é difícil mapear o universo dos grupos que atuam com economia solidária no Rio. De acordo com um levantamento da Secretaria Nacional de Economia Solidária feito em 2007, havia 617 empreendimentos registrados no estado, contribuindo para o sustento de 160 mil pessoas em 92 municípios.

Coordenadora da associação de costureiras Artesãs da Maré, Clarice Cavalcanti foi uma das pioneiras no assunto no Rio, tendo iniciado o trabalho em 1998. O grupo produz e vende roupas e acessórios.

Ela comemora o avanço das discussões, mas pede um empenho mais perene dos governos. “Lutamos muito para poder mostrar nossos produtos em feiras, mas com uma canetada o prefeito pode derrubar isso. Queremos que seja uma política de Estado”, reivindica.

Apoio é necessário

Coordenadora da associação de costureiras Artesãs da Maré, que produz roupas e acessórios, Clarice Cavalcanti afirma que vai reivindicar a inclusão de dois pontos fundamentais no Plano Estadual de Economia Solidária: o acesso ao crédito e a criação de locais para a exposição e venda de produtos.

Uma das ideias do grupo é instituir um fundo para financiar a produção de associações e cooperativas. “Se eu precisar de material para fazer vestidos e vender em uma feira, posso usar o dinheiro do fundo, que terá retornado após o evento, deixando o crédito para outro trabalhador que precise”, explica ela.

Ela afirma que outra dificuldade a ser superada é encontrar um ponto físico para comercializar a produção. “Queremos ter um local de vendas, como existe em outros estados. Precisamos de garantia, pois não queremos vender na rua e ter que correr da fiscalização”, afirma Clarice.

Apesar dos gargalos, ela avalia que o setor de economia solidária está cada vez mais estruturado. A criação de um conselho estadual foi um grande avanço. “Todas as categorias são organizadas em conselhos, como os médicos e os engenheiros. Agora estamos lá dentro lutando por um marco jurídico, uma legislação específica para a geração de emprego e renda”, defende.