Fonte: http://www.upprj.com – Soraya Batista

A economia do Morro da Coroa, no Catumbi, ganhou uma força extra, com a inauguração na comunidade do projeto Rio Ecosol, ou Superação Extrema Pobreza. A iniciativa tem como objetivo qualificar microempreendores individuais, formais e informais que vivem nas comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

O projeto terá o seu ponto solidário (local de funcionamento) localizado na Rua Navarro, n° 1139, sede do grupo de costureiras “Bordadeiras da Coroa”. Nesse espaço, além da inscrição os artesãos locais poderão buscar informações sobre o projeto, cuja proposta é contribuir com a organização e o trabalho coletivo desses empreendedores em fóruns e redes. Os profissionais inscritos também vão participar dos cursos básico e avançado de economia solidária e receber uma assessoria técnica. Vinícius Assunção. Destino do trabalho dos emprendedores será o Circuito Carioca de Economia SolidáriaVinícius Assunção disse que o Morro da Coroa foi escolhido em debate

O Rio Economia Solidária (Rio Ecosol) é financiado pelo Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), que é ligada ao Ministério do Trabalho e emprego. O projeto é gerido no Rio de Janeiro pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário da Prefeitura do Rio — continuação do projeto homônimo lançado em 2009.

O Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Vinícius Assunção, explicou que o Morro da Coroa foi escolhido para receber o projeto depois de um debate no Fórum Econômico de Economia Solidária, durante o qual foi identificado que a comunidade tinha um número grande de empreendedores. A ideia do projeto é agrupar esses empreendimentos de modo a potencializá-los.

“O projeto vai durar dois anos, aproximadamente. Vamos identificar esses empreendedores e trazê-los para o ponto solidário, para então começar a formação na área de economia solidária. Vamos melhorar os produtos deles, para que, depois de estruturados, possamos levá-los para o Circuito Carioca de Economia Solidária, que acontece nas Praças do Rio de Janeiro. O nosso objetivo aqui é beneficiar cerca de 100 empreendimentos.”

Mais conhecimento

O projeto conta com a parceria do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), cuja missão é levar conhecimento para as comunidades. O presidente da organização, Vandré Brilhante, falou sobre o papel do Cieds. O curso de gastronomia foi ferecido pelo chef José MacieiraO curso de gastronomia foi oferecido pelo chef José Macieira

“O nosso papel é ajudar a construir e desenvolver ações melhores e que vão durar muito mais tempo. O grande legado não é o bordado em si (referindo-se às Bordadeiras da Coroa), mas sim essa rede solidária que vocês estão construindo.”

Um dos cursos oferecidos no projeto será o de gastronomia, oferecido pelo chef José Silva Macieira. O professor, que também dá aulas no Senac, vai levar a sua escola móvel (adaptada em um caminhão) toda semana para a comunidade. Durante duas horas de aula, ele vai passar conhecimentos sobre reaproveitamento de alimentos. A ideia é que eles utilizem o aprendizado para gerar renda.

“Tive um passado muito humilde, fui muito pobre, então é bom ajudar essas pessoas. Hoje eu tenho o privilégio de passar o conhecimento para que elas possam crescer.”

História de superação

Elza Santiago disse que o projeto gera oportunidades para as mulheresElza Santiago disse que o projeto gera oportunidades para as mulheres

Elza Santiago, uma das integrantes do “Bordadeiras da Coroa”, explica que o grupo tem uma história de lutas para se manter funcionando. Quando elas souberam do Rio Ecosol montaram um projeto, que foi apresentado para o Fórum de Economia Solidária.

“O objetivo da casa das bordadeiras é justamente ensinar para outras mulheres aquilo que a gente aprendeu com dificuldades. Desejo que elas aproveitem todas as oportunidades que tiverem. Espero um futuro melhor para todas as mulheres.”

O Rio Ecosol também será implantado no Complexo da Maré. Na primeira fase, o projeto beneficiou 480 microempreendimentos nas comunidades do Complexo Alemão, do Conjunto Habitacional Cidade de Deus, do Complexo de Manguinhos e no Santa Marta.