Texto produzido por Adenilce Maria,(DF) Patrícia Almeida(F) e Joana D`Arc Aguiar(Goiás).

Um dos eixos de atuação da Economia Solidária que incide sobre o modelo de desenvolvimento são as finanças solidárias. Isto significa uma intervenção concreta no modelo econômico, na política de crédito e juros, na contramão do modelo competitivo, acumulador e excludente.

Evidente que esta não é uma tarefa fácil nem de curto prazo e por isso precisa estar vinculada a uma nova concepção de economia e de educação financeira, de cosumo.

Um instrumento simples pode estar em nossas mãos, desconstruindo o poder do mercado e da mercadoria nos moldes do modelo capitalista. São os Leilões Solidários.

Trata-se de um mecanismos de “finanças participativas” que resulta em captação de recursos locais, a partir de uma causa justa e agregadora.

È diferente dos leilões convencionais e carrega em si uma singularidade em seu processo. Os produtos são doados e trazem consigo uma história de como foi produzido, onde e como foi adquirido. Cada peça carrega um certo encanto, como se nela estivesse incluso um valor imaterial, afetivo e cultural.

Muitas vezes a doação da peça a ser leiloada é um exercício de desapego de algo que tem um significado especial para o doador/a.

O leilão solidário tem sempre uma causa nobre, seja um gesto de solidariedade em favor de alguém ou constituir o aporte inicial de recursos para a formação de um- Fundo Rotativo Solidário –FRS, de um Empreendimento ou Entidade de Apoio. Por suas características e singularidade o Leilão Solidário pode ser multiplicado e contribuir para suprir demandas financeiras e organizacionais dos EES. Como fazer:

A realização de um Leilão Solidário deve ser planejada em três momentos: antes durante e depois.

Antes:

Mobilizar o p´blico participante informan,do data local, horário e se possível já divulgar algumas das peças (as mais inteessantes)

Recolher e organizar a peças com preço inicial e dispô-las de forma atraente, chamativa.

Durante:

É bastante interessante que seja permeado por atividades culturais – apresentações teatrais, teatro de bonecos, músicas, voz e violão dentre outros. Os realizadores de um leilão solidário devem estar convencidos da importancia da causa a que se destina.

O número de peças a serem leiloadas deve ser proporcional ao numero de participantes para que não se torne cansativo nem deixe de valorizar o potencial do grupo presente.

As peças devem ser catalogadas constando o lance inicial sugerido pelo doador/a, bem como o lance final de cada peça e o respectivo arrematadora/o .

Um dado importante: também podem ser leiloados serviços como hospedagem solidária em destinos turísticos ou ainda outros serviços que a realidade e a criatividade militante possibilitar.

Depois:

Um principio das finanças solidárias e, portanto do leilão solidário, é a transparência, razão pela qual deve ser comunicado aos participantes o montante arrecadado.

É recomendável que após o leilão seja feito um relatório de todo o processo, as peças, doadas, os doadores, o resultado financeiro.

Goiânia, junho de 2013