Fonte: SECOM (http://www.secom.gov.br)

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, completou 10 anos. Nesse período, por meio do programa, foram investidos R$ 5 bilhões para adquirir mais de 3 milhões de toneladas de alimentos produzidos pela agricultura familiar, o que beneficiou mais de 190 mil famílias.

Desde a criação, o volume anual de recursos aplicados passou de R$ 143 milhões em 2003 para R$ 970 milhões em 2012 – crescimento de 580%. Em junho deste ano, o governo federal anunciou que o PAA vai investir R$ 1,2 bilhão para a safra 2013/2014.

O PAA atua em diversas frentes. Ele beneficia os agricultores com a garantia da comercialização dos seus produtos, apoiando o abastecimento do mercado interno, e atende às redes socioassistencial, escolar e de equipamentos de nutrição, com a doação de alimentos. “Um dos grandes desafios da agricultura familiar é justamente a comercialização. O PAA contribui para a solução desse problema não só pela compra direta, mas pelo impacto dessa compra no mercado local”, explica o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Arnoldo de Campos, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

“Em muitos casos, o programa passou a balizar os preços, diminuindo o aviltamento que o produtor sofria justamente por ele ter a opção de vender a sua produção para o governo.”, afirma Campos.

A Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Ibirubá (Coopeagri), no Rio Grande do Sul, comercializa mais de 20 tipos de alimentos no programa. Os principais produtos são arroz colonial, farinha de trigo tipo 1, mandioca, batata doce, laranja valência e tangerina ponkan. Por ano, a cooperativa produz mais de 130 toneladas de alimentos. Desse total, cerca de 80% são destinados ao programa.

“O PAA é uma ferramenta importantíssima para o desenvolvimento da cooperativa e de seus associados, que têm no programa uma garantia real de comercialização o ano todo. Levando em conta que cerca de 90% dos associados da cooperativa são agricultores familiares, o programa se torna ainda mais importante para garantir a diversificação da produção garantindo, assim, a permanência destes pequenos produtores no campo”, explica o secretário da Coopeagri, Diego Budke.

Além de garantir mercado com preços justos, o PAA valoriza a cultura alimentar local. Por meio dele, houve o aumento na variedade de alimentos produzidos pelos agricultores familiares, estimulando a alimentação saudável e com produtos mais frescos. São mais de 3 mil diferentes produtos adquiridos, sendo que os principais são leite e derivados (28%), hortaliças (16%), frutas (12%), seguidos por feijão, arroz, cereais, castanhas, mandioca, carnes, pescados, ovos, sucos e polpas de frutas.

Mais recursos

Para a safra 2013/2014, o governo federal ampliou os limites de compra por família, garantindo mais recursos aos agricultores familiares. Na modalidade Doação Simultânea, o valor máximo passa de R$ 4,5 mil para R$ 5,5 mil por ano. Se os produtores estiverem organizados em associações e cooperativas, o limite sobe de R$ 4,8 mil para R$ 6,5 mil por família. E, se houver mais de 50% das famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o teto de aquisição passa a ser de R$ 8 mil.

Hoje, cerca de 43% dos agricultores familiares que vendem seus produtos para o PAA estão no Cadastro Único. A expectativa é que, com as novas regras, o percentual aumente ainda mais, reforçando as ações de superação da miséria no país. As novas regras valorizam ainda a produção orgânica e agroecológica de alimentos e produtos da sociobiodiversidade. Mulheres.

O secretário nacional do MDS destaca a participação das mulheres, que já chega a quase 40%. “O programa busca a inclusão produtiva, a produção sustentável e a equidade de gênero. E as mulheres têm participação em muitos dos produtos que são comercializados no programa. Quando falamos em hortas, frutas, pães e biscoitos, entre outros, em muitos casos são as mulheres que lideram essas atividades. E, no PAA, elas têm a oportunidade de comercializar seu produto e obter renda.”