Fonte: Comunicação Cáritas Brasileira

Em 05/06, em Brasília (DF), aconteceu o Seminário Nacional de Fundos Solidários que teve por objetivo avaliar e apresentar os resultados do projeto articulado nacionalmente pela Cáritas Brasileira a partir de convênio firmado entre a entidade e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES). O foco principal desta parceria foi identificar e mapear experiências de Fundos Solidários em todo o Brasil.

Ademar Bertucci, assessor nacional da Cáritas Brasileira, na mesa de abertura do seminário que ocorreu na tarde de hoje no Centro Cultural de Brasília (CCB), apresentou os principais resultados alcançados nos dois anos e quatro meses de desenvolvimento do projeto. Ao todos foram identificadas 613 e mapeadas mais 535, totalizando 1.049 experiências de Fundos Solidários em todo o país. A região Nordeste foi a que apresentou o maior número, 336 experiências mapeadas, seguida da região Centro-oeste (71), Sudeste (39), Sul (38) e Norte (24).

O projeto contou com mais de 300 mil participantes e ainda contribuiu para o desenvolvimento de grupos e comunidades garantindo o acesso à água de qualidade, à segurança alimentar e nutricional, à geração de renda, à organização social e à cidadania, à convivência com o semiárido e a agroecologia. Para ver o documento completo com os dados clique: http://caritas.org.br/novo/wp-content/uploads/2013/06/Cartilhaweb-fundos_solidarios.pdf

Bertucci destacou que mais do que os resultados “a metodologia dos Fundos Solidários é uma metodologia de educação popular que é preciso ser preservada, pois é uma metodologia transformadora.” Ele ainda salientou que os Fundos enquanto processos de gestão coletiva de recursos, voltados para a sustentabilidade local e territorial e para a mobilização social, constituem-se como espaços gestores de riquezas e saberes.

Vital Filho, da SENAES/MTE, também compôs a mesa e reafirmou a importância dos resultados alcançados. “Precisamos conhecer nossa realidade e é necessário que se continue mapeando as experiências que temos no Brasil.” Foi nesta perspectiva que Vital anunciou que a publicação da chamada pública de um novo convênio de finanças solidárias deve ocorrer entre hoje e amanhã.

Como representante do Conselho Gestor Nacional de Fundos Solidários, Bárbara Schimidt, comemorou junto com os presentes o anúncio desta nova chamada pública. Ela, que também compôs a mesa, coordenada por Jaime Conrado, assessor nacional de Fundos Solidários da Cáritas Brasileira, acrescentou que os resultados apresentados são apenas uma parcela de tudo que está sendo levantado. “Existem muitos dados qualitativos que estão em processo de análise”, afirmou.

Os Fundos Solidários são como uma poupança comunitária gerida coletivamente para fortalecer as iniciativas urbanas e rurais. Essa poupança é formada por meio da doação voluntária de recursos por cada membro participante do fundo, ou ainda, pode ser constituída a partir de ações e recursos externos, destinada à comunidade.

Os Fundos permitem a várias cooperativas a possibilidade de pegar um empréstimo e não pagar juros. Com recursos da própria comunidade, os Fundos Solidários incentivam o desenvolvimento econômico de mais dez mil famílias brasileiras em situação de pobreza.

A Cáritas Brasileira é a principal organização articuladora dos projetos de apoio aos Fundos Solidários que também é desenvolvido pela Fundação Grupo Esquel Brasil, na região Nordeste, pelo Programa Providência, na região Centro-Oeste, e pelo Camp, na região Sul do país. A Cáritas Brasileira, além da articulação nacional, é responsável pelas articulações nas regiões Norte e Sudeste. O projeto ainda conta com o apoio do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) e da Articulação no Semiárido (ASA Brasil).