Por Luigi Verardo (luigiverardo@uol.com.br)

A trajetória da política vivida na Venezuela, a partir da chegada de Hugo Chávez ao governo, fez a diferença e deixou marcas profundas, num país historicamente demarcado por uma profunda desigualdade: a maioria, o povo pobre em torno de ricos poços de petróleo controlados por uma pequena minoria (imagem comum em países do Oriente Médio).

Trabalhou pela distribuição das riquezas do petróleo e incentivou a diversificação produtiva para incluir a população. Hoje, a Venezuela exporta petróleo para Cuba e em troca importa médicos, coisa que antes era rara (hoje tem 16 vezes mais médico do que antes). Incentivou moradia e na educação incluiu dois milhões de crianças nas escolas. Praticamente não existe mais analfabetismo. Só por estas coisas valeria respeito e referência internacional, principalmente num mundo em que é cada vez mais raro ver alguém cumprir o que se prometeu em campanhas eleitorais. Além destas coisas, não se pode esquecer da política de relação Sul-Sul e do seu papel na integração latino-americana e caribenha.

Agora, vale a pena ver, como aparentando informar, os donos dos meios de comunicação trataram e tratam Chávez e outros que promovem as políticas voltadas para a inclusão social ou que busca atender aos interesses maioria da população. Bem, sabemos como meia dúzia de famílias que dominam os instrumentos de comunicação do Brasil, orquestrados por uma corporação midiática latino-americana, detestam as novas políticas e os movimentos sociais. Para eles, a palavra “liberdade” é a liberalidade de fazer o que quiser, publicar como achar melhor, etc.

Para nós, o direito à informação é parte fundamental para práticas libertadoras e na construção de um mundo participativo, justo e solidário, que permita às pessoas decidir com autonomia e conhecimento. Importante também para o consumo responsável e que respeite o meio ambiente. Nossos desafios estão tanto no trabalho de ampliar os espaços de comunicação comunitários e plurais, quanto na construção das experiências produtivas da economia solidária.