Fonte: MST (www.mst.org.br)

A Direção Nacional do MST entregou à presidenta Dilma Rousseff, que visitou o assentamento do MST Dorcelina Folador, no município de Arapongas (a 30 km de Londrina), uma carta com cobrança de desapropriação de terras e da realização da Reforma Agrária, na tarde de segunda-feira (4/2).

Dilma pousou no campo de futebol do assentamento e foi recebida pelos dirigentes do MST João Pedro Stedile e Roberto Baggio e pela presidente da Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), Dirlete Dellazeri.

A carta tem 10 pontos, com propostas e cobranças de medidas do governo federal (leia a carta abaixo). Na carta, o movimento diz que “o governo precisa retomar a política de criação de assentamentos e fazer a Reforma Agrária. Muito pouco tem sido feito para democratizar a terra”.

O governo Dilma é o que menos desapropriou imóveis rurais para fazer reforma agrária nos últimos 20 anos. Na primeira metade do mandato, apenas 86 unidades foram destinadas a assentamentos. Dilma supera só Fernando Collor (1990-92), que desapropriou 28 imóveis em 30 meses.

O movimento cobra um programa emergencial para assentar todas as famílias que vivem acampadas, em situação de extrema pobreza, com a desapropriação imediata de latifúndios em todo o país.

No documento, o MST afirma que a visita de Dilma ao assentamento Dorcelina Folador como “um reconhecimento da necessidade, importância e potencial da Reforma Agrária”.

Dilma fará o o lançamento do Programa Nacional de Agroindústrias na Reforma Agrária e a inauguração da agroindústria da Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran).

O programa é uma demanda antiga dos movimentos do campo, que pretendem avançar na organização dos assentamentos em cooperativas e industrializar a produção, para agregar valor e gerar renda aos trabalhadores rurais. Depois de mais de um ano de pressão, o governo lança o programa.

Dilma deve chegar às 13h e visita o espaço de melhoramento genético e criação dos novilhos a pasto, na unidade de produção do leite. Depois, ela visita a agroindústria de produção e empacotamento de leite, queijos e iogurtes. Por fim, ela passa pela feira de produtos da Reforma Agrária, produzidos no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Dilma deve almoçar com uma comitiva, que terá a presença de 10 dirigentes do MST, que acompanharão a presidenta por todo o percurso da visita.O ato político de lançamento do programa está previsto para começar às 15h. A expectativa é que aproximadamente 6 mil pessoas participem da atividade.No final do ato, o integrante da Coordenação Nacional do MST, João Pedro Stedile, concederá uma entrevista coletiva aos jornalistas, ao lado da sala da imprensa instalada pela organização do ato.