Fonte: Alexandre Amador (str.machacalis@gmail.com)
Em 23 de julho de 2012 foi realizada na cidade de Mucuri, Minas Gerais, a 1a Plenária de Economia Solidária Territorial Setorizada do Vale do Mucuri. O evento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Assalariados e Agricultores Familiares de Machacalis-MG, e contou com a participação de entidades governamentais e não-governamentais, agricultores familiares, o Secretário de Agricultura de Umburatiba, representantes de diversas associações rurais da região, representante do SENAR Minas e Instrutor e Mobilizador do Projovem Rural Juventude Cidadã.
A atividade faz parte da preparação rumo à V Plenária Nacional de Economia Solidária que tem como tema “Economia Solidária: bem viver, cooperação e autogestão para um desenvolvimento justo e sustentável”.
Sob a Coordenação Nacional do FBES, o STR de Machacalis juntamente com todos os participantes presentes na referida plenária abriu-se a oportunidade para fortalecemos mais a economia solidária na cidade de Machacalis e Região. Através da primeira semente, que foi a realização da I Feira de Artesanato e Agricultur Familiar de Machacalis e Região, a qual foi contemplada via edital no ano de 2009, onde envolveram-se os diversos dos seguimentos da economia solidária. As associações e os sindicatos juntamente com outros parceiros como IDENE, SEBRAE, FETAE-MG, EMATER, FUNASA e Gestores Municipais, iniciaram uma rede de cooperação visando o desenvolvimento do setor na microrregião.
Com os resultados significativos que a feira trouxe mais o apoio que o pequeno produtor rural tem recebido através de iniciativas como o PCPR que vem oportunizando com assistência técnica e investimento no setor para que estes produtores possam cada vez mais produzir produtos de qualidade e ao mesmo tempo expandir para outras zonas de comércio através de cooperativas.
É sabido que a Economia Solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza (economia) centrada na valorização do ser humano – e não do capital – de base associativista e cooperativista, voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços, de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução ampliada da vida. Assim, nesta economia, o trabalho se transforma num meio de libertação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho capitalista.
Os participantes apontaram que os envolvidos com a economia solidaria em nossa comunidade têm desenvolvido suas ações de maneira tímida ainda. Desde o ano de 2009 tem sido realizado um trabalho de mobilização e concientização para a importância da economia solidária para os pequenos produtores rurais e artesãos, informando que esta é uma forma de geração de renda para os mesmos, pois o tema tem sido muito focado pelos governos para fortalecer o homem do campo. De acordo o escopo das diretrizes da comissão organizadora nacional para a implementação das plenarias locais e estadual que visa o debate de propostas com três eixos de suma importância que atendam: orientação política do movimento, orientação das ações do movimento e organicidade do movimento, que levam a formatar uma contribuição para consolidação do movimento da economia solidaria, além disso contribuir para o processo de extruturação e organização do Fórum Brasileiro de Economia Solidária. No decorrer da 1a Plenária da Economia Solidaria Territorial Setorizada do Vale do Mucuri foi apresentado pelos organizadores uma descrição sobre a importância da participação e mobilização da comunidade para com o tema da economia solidaria em nossa região. A comissão organizadora juntamente com os participantes indicou os pontos a serem aprofundados para a V Plenária, levando para a mesma as nossas sugestões de acordo a nossa realidade local que ficou assim determinado:
a) Sustentabilidade: Investimento junto ao homem do campo e urbano, para que os mesmos sejam capacitados para produzirem de forma sustentável e com responsabilidade.
b) Autogestão e autonomia: Que o governo federal e outros entes que apóiam a economia solidaria possam criar mecanismos para investimentos junto a cadeia produtiva “Agricultor Familiar, Artesãos, Quilombolas e Silviculas” através da oferta de recursos financeiros e de equipamentos para que os mesmos possam ser independentes e com autonomia econômica.
c) Economia popular: Fomentar e implementar ações para a edificação da enconomia solidaria e popular em Machacalis e Região. Criação de uma rede de microempreendedores individuais e também o fortalecimento das associações e cooperativas para ampliar a rede de negócios voltado para os indivíduos que atuam com a economia solidaria e popular de Machacalis e Região.
d) Emancipação econômica e política dos Empreendimentos de Economia Solidaria: Com o advento da realização da I Feira de Artesanato e Agricultura Familiar de Machacalis e Região, que abriu um grande leque de oportunidades para os pequenos empreendedores apresentarem seus produtos, solicitamos que seja levado em pauta na V Plenária Nacional a disponibilidade para a realização da feira na cidade de Machacalis e Região. Solicitamos também que seja colocado em pauta a criação de um edital para aquisição de equipamentos para o fortalecimento da economia solidaria local. Que seja levado também em pauta a criação de um centro de comercialização e capacitação na cidade de Machacalis para atender toda a demanda das cidades circunvizinhas “Machacalis, Bertopolis, Umburatiba, Santa Helena de Minas, Fronteiras do Vales, Comunidade Indigena Maxakali do Pradinho e Agua Boa, Comunidade Quilombola de Fronteiras dos Vales, bem como todas as zonas rurais dos municipios supramencionados”.
e) Território e Territorialidade: Articular e promover a criação de um território setorizado da região do Vale do Mucuri, compreendendo os municipios Machacalis, Bertopolis, Umburatiba, Santa Helena de Minas, Fronteiras do Vales, Comunidade Indigena Maxakali do Pradinho e Agua Boa, Comunidade Quilombola de Fronteiras dos Vales para ampliar o projeto de acesso as politicas públicas de economia solidaria da Região.
f) Diversidades: Nossa Região tem uma especificidade com relação as diversidades. É sabido que em nosso território temos 02 reservas indígenas da etnia Maxakali, “os quais participaram efetivamente da I Feira de Artesanato e Agricultura Familiar de Machacalis e Região”. Além disso temos também 03 comunidades quilombolas. Queremos levar em pauta na V Plenária Nacional que o Governo Federal através do FBES a implementação de projetos e programas para o fortalecimento da etnia dos indios Maxakali e dos quilombolas, na área da economia solidaria.
g) Cidadania, organização da sociedade e relação entre o movimento de Economia Solidária e o Estado: Gostaríamos que levassem em pauta durante a V plenária a criação de um artigo para lei da economia solidaria obrigando o Estado e a União a se comprometerem para com o desenvolvimento de políticas públicas voltados a economia solidaria. Fortalecer os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, CONSEA, FETAEMG, CONTAG, SENAR, SEBRAE, IDENE, e vários outros atores que atuam para o bom desenvolvimento da economia solidaria. Gostaríamos também que o FBES possa fomentar e implementar plenárias setorizadas dando apoio in loco para o fortalecimento do tem em nosso País.