Fonte: e_solidaria
No dia 21 de junho o Congresso de Deputados do Paraguai, formado por sojeros, empresários e mafiosos dos tradicionais partidos políticos, iniciou o processo de Juicio Político contra o presidente democraticamente eleito Fernando Lugo.
O “JUICIO POLÍTICO” não seguiu nenhuma das regras de um processo democrático, se constituindo claramente em um golpe de Estado. Os deputados e senadores não apresentaram nenhuma prova para as suas acusações e o presidente democraticamente eleito pelo povo paraguaio teve APENAS 18 HORAS PARA APRESENTAR SUA DEFESA.
O golpe foi liderado pelos políticos do Partido Liberal, Partido Colorado, PPQ e UNACE, em uma tentativa de anular todas as conquistas que o governo Lugo garantiu aos mais pobres, como a construção de novas estradas, melhoria dos portos, programa de habitação popular, programa Teko Porã, voto dos paraguaios no exterior, renegociação de Itaipú com o Brasil, entre outros. Os golpistas pretendem também com o Golpe, controlar e manipular as eleições que serão realizadas em abril de 2013, pois sem Lugo na presidência, podem livremente usar o dinheiro público para contratar planilheiros que vão fazer a velha e arcaica campanha política para os seus candidatos, onde a compra de votos e troca de favores são de costume.
A comunidade internacional repudiou o Golpe e não reconheceu o presidente golpista. Como consequência imediata o MERCOSUL suspendeu politicamente a participação do Paraguai. Outros órgãos de cooperação da América Latina estão caminhando na mesma decisão, o que trará enormes prejuízos para o povo paraguaio.
No Paraguai, o povo vem resistindo ao GOLPE se manifestando todos os dias. Apesar da imprensa (ABC, Ultima Hora, Canal 9) não mostrar a mobilização do povo, há grandes atos de protesto em Villa Rica, Caaguazú, Cidade de Leste, Encarnación, Concepción e principalmente em Assunção. Assim também, os paraguaios residentes no exterior já organizaram grandes protestos em cidades como Buenos Aires, Montevidéu, Madrid, Paris, Rio de Janeiro. São Paulo também já organizou a resistência em frente ao Consulado e na avenida Paulista.
Para marcar a data do Golpe, que já cumpre um mês, diversos paraguaios e paraguaias, com a solidariedade de organizações brasileiras (movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos) convocaram ato político-cultural dia 22 de julho, afim de expor seu rechaço ao golpe de Estado no Paraguai e pedindo a volta da democracia no país.