Por Casa da Mulher do Nordeste (comunicacao@casadamulherdonordeste.org.br)
O artesanato, expressão mais genuína da autenticidade popular, é o personagem principal das peças produzidas por mulheres produtoras da cidade do Recife e Região Metropolitana que serão expostas na XIII Feira Nacional de Negócios do Artesanato – Fenearte, que acontece de 6 a 15 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco. Entre as quatro coleções, que envolvem moda geral, moda praia e acessórios; também podemos encontrar produtos com patchwork baseados nas músicas de Luiz Gonzaga, como Xote das Meninas e Assum Preto.
Um mosaico de cores, texturas, tamanhos e formatos é como podemos definir as coleções que foram preparadas para a Feira. Em meio as peças de reciclado que viraram produtos decorativos e acessórios, é possível encontrar diversidade. Entre as coleções desenvolvidas por estilistas e artesãs, é possível encontrar bolsas, roupas, acessórios, bordados e fuxicos que brotam das mãos ágeis das artesãs. “No curso tivemos o acompanhamento de um profissional de design, possibilitou melhorar minhas peças com relação as cores e as formas, agora digamos que está com um olhar mais profissional”, disse a artesã Marilene Fernandes.
Com mais de 5 mil expositoras(es) e investimento de R$ 4 milhões, a estimativa é movimentar R$ 36 milhões em negócios. É uma oportunidade para mostrar e comercializar produtos. “Estamos levando para a Fenearte peças diferenciadas e que foram criadas no coletivo. O nosso grupo irá lançar uma coleção de bijouterias, que possui a nossa cara, e todas têm um nome dado por nós. Esperamos o reconhecimento do nosso trabalho pelo público”, revela Maria José, conhecida como Zeza, artesã que trabalha com materiais de reciclado, de onde confecciona colares e peças decorativas.
Com uma arte mais sofisticada, os maiôs, biquínis e sunquínis, expostas pelo grupo Ateliê Moda Recife, invadem as passarelas da Fenearte, no dia 10 de julho, às 19h. A primeira coleção do coletivo, composta por 15 looks de moda praia, contará a história da transição vivida pela comunidade de Nossa Senhora de Fátima, de superação da violência, no bairro do Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife . “Foi um trabalho construído coletivamente, desenvolvemos e aprendemos a criar em conjunto com o estilista Manoel Ozi. Estamos ansiosas para ver o resultado que foi passo a passo construído”, revela Cristina Souza, vice-presidente do Ateliê Moda Recife.
A iniciativa partiu do projeto Mulheres Tecendo um Nordeste Solidário: Mulheres rurais e urbanas fortalecendo sua cidadania e autonomia econômica, da ONG Casa da Mulher do Nordeste, que ofereceu um curso de gestão do processo produtivo e de mercado, em parceria com o Centro de Design Pernambucano. Ao todo foram 45 artesãs de comunidades de Recife e Região Metropolitana beneficiadas pela ação. “Fortalecer a autonomia das mulheres e reconhecer a sua contribuição na economia do país é um dos objetivos deste projeto”, disse Itanacy de Oliveira, coordenadora do Programa Mulher, Trabalho e Vida Urbana, da ONG Casa da Mulher do Nordeste.
Os Parceiros
A Rede de Mulheres de Recife e Região Metropolitana é uma articulação que visa fortalecer grupos de mulheres produtoras no desenvolvimento do trabalho solidário. Formada desde 2008, se organiza mensalmente com uma agenda que envolve reuniões, participação em espaços de comercialização e momentos de formação, pautada nos princípios do feminismo e da economia solidária.
A Casa da Mulher do Nordeste (CMN) é uma organização não governamental feminista localizada no Recife / Pernambuco. Fundada em 1980, seu objetivo é contribuir com a ação produtiva e política das mulheres pobres do Nordeste, visando à igualdade de gênero na perspectiva do desenvolvimento humano sustentável. Assim, a CMN pode ser considerada a primeira organização brasileira voltada para a transformação da condição feminina incorporando, à sua missão, questões econômicas relativas à mudança das relações das mulheres com a produção.
O Centro Pernambucano de Design surgiu a partir de uma demanda, identificada pelo SEBRAE/PE, de introduzir ações de design nas Micro e Pequenas Empresas do Estado, como um diferencial competitivo em seus produtos e serviços. Desde 2005, o Centro Pernambucano de Design desenvolve ações de Design Social utilizando ferramentas capazes de otimizar processos produtivos, gerar novos produtos, diagnosticar os fatores locais de cada região, valorizando a identidade cultural como diferencial competitivo para incremento dos grupos produtivos e consequentemente maior geração de receitas, inclusão social e inserção no mercado.