Fonte: Cultura de Classe (culturadeclasse@gmail.com)

Maio, nosso maio, porque é nosso, muito nosso. Apesar das inúmeras tentativas de descaracterizá-lo como sendo o mês marcado por várias festividades, entre elas o dia do trabalho (ao invés de Dia do Trabalhador). Sob essa lógica os empresários, juntamente com setores dos trabalhadores que abandonaram o campo da luta, colocam o emprego como algo que deve ser sempre agradecido e referenciado como a melhor das vitórias alcançadas e com esse coro modificam o sentido da data. Mas nós reafirmamos o mês de maio como sendo marcado pelo nosso dia: O Dia Internacional dos Trabalhadores.

O dia de luta dos trabalhadores foi pautado pela Organização Internacional dos Trabalhadores em registro aos protestos que deixaram vários mortos, em anos de enfrentamento, e levaram a instituição da regulamentação das 8 horas de trabalho. Vale lembrar que nessa data trabalhadores de todo mundo se colocavam em luta e faziam suas manifestações e atos, mesmo sem que fosse reconhecido feriado, promovendo um dia de paralisações em diversos ramos, sem a permissão de governos ou patrões.

Anos se passaram, o 1º de Maio tornou-se feriado, mas, como era de se esperar de uma sociedade capitalista, as lutas por melhorias nas condições de trabalho continuam ainda muito necessárias e pouco podemos comemorar. A exploração permanece e pode ser vista nos salários sempre baixos (especialmente se comparados aos lucros produzidos com nosso trabalho), nos adoecimentos, acidentes e mortes em decorrência do trabalho, na intensificação e no aumento da jornada de trabalho.

Por esse motivo, no Distrito Federal vários setores, que não têm se rendido à lógica de falseamento das demandas dos trabalhadores e têm se mantido coerentes e contrários aos pactos com patrões e governos, vêm construindo um Dia do Trabalhador com o objetivo de retomar o sentido original da data.

Esse ano, no entanto, o objetivo passa a ser maior. E com a campanha lançada em abril, com grupos culturais e políticos nas bases de sindicatos e movimentos sociais, pretende-se não só retomar o simbolismo histórico com o ato do dia 1º de Maio, que ocorrerá na Praça do Povo, na Ceilândia, mas, juntamente com diferentes trabalhadores em seus locais de trabalho e de moradia, tratar com linguagem artística e política os problemas enfrentados hoje pela nossa classe.

É por isso que, mesmo com as fragmentações impostas pelo capital para os trabalhadores e na esquerda com nossas diferentes leituras sobre a melhor forma de enfrentamento, reafirmamos que somos pertencentes a uma só classe trabalhadora, que cotidianamente é explorada nas suas mais diversas atribuições e que, por imprescindível que é, existe e resiste lutando por melhorias nas suas condições de vida.

Dessa forma, até o dia que se possa, de fato, superar as contradições de uma sociedade marcada pela exploração, teremos o Dia dos Trabalhadores que precisa afirmar a nossa luta e a nossa identidade de classe, relembrando as conquistas e lutas já feitas, mas, sobretudo, nos preparando aos novos enfrentamentos que temos e que ainda teremos pela frente. Seguimos resistindo e lutando até a vitória! Por uma sociedade sem exploração, por um 1º de Maio nosso. Pois fazemos parte de uma só classe… pois somos uma só classe trabalhadora!