Fonte: www.agenciaminas.mg.gov.br
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, abriu nesta segunda-feira (19), na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, a “Reunião da Cadeia Binacional do PET Brasil-Uruguai”. O evento, com a participação do secretário Nacional da Economia Solidária, economista Paul Singer; do secretário do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, Carlos Pimenta; do secretário da Economia Solidária e Apoio a Micro e Pequena Empresa do Rio Grande do Sul (Sesampe), Mauricio Alexandre Dziedricki, teve o objetivo de discutir a inserção de Minas Gerais no Projeto da Cadeia Solidária Binacional do PET Brasil- Uruguai.
O projeto, que tem entre suas competências estimular a participação da sociedade civil e da administração pública estadual na definição de políticas de economia solidária, prevê que as garrafas pet sejam coletadas e transformadas em flakes com apoio direto do Governo de Minas. Após este trabalho, o material é enviado para a Cooperativa Industrial Maragata, em San José, no Uruguai. A organização uruguaia é a responsável por produzir fibras sintéticas a partir da matéria prima enviada pelas associações e cooperativas brasileiras.
Em Minas Gerais, a Cooperativa de Produção Têxtil (Coopertêxtil), de Pará de Minas, é responsável pelo processo de fiação e tecelagem, transformando a fibra sintética em tecido ecológico, que será comercializado como produto final. A cooperativa também dará continuidade à cadeia no Brasil, enviando o tecido para cooperativas de costureiras que o transformarão em peças customizadas, como camisetas, bolsas, produtos de cama e mesa e sapatos.
Estratégia
Durante a abertura da reunião, Dorothea Werneck destacou a importância do fortalecimento da economia solidária. Ela se comprometeu a ajudar a Coopertêxtil a buscar uma linha de crédito para que a cooperativa consiga construir sua sede em lote já doado pela prefeitura de Pará de Minas. “A economia solidária é uma estratégia de desenvolvimento que, além de incluir pessoas e distribuir renda, ainda trabalha a favor do meio ambiente”, enfatizou.
Já Paul Singer lembrou que o projeto tem um profundo conteúdo social na medida em que permitirá aos catadores e recicladores sair da pobreza. “A meta do governo federal é organizar os muito pobres, oferecer-lhes uma vida nova, criando um sistema que elimine a pobreza no país”, enfatizou.
Mauricio Alexandre Dziedricki afirmou durante a reunião que a cadeia do PET é um arranjo produtivo que vai efetivamente produzir, servir de modelo para outros setores e formar uma cadeia produtiva latino-americana. “Precisamos criar uma marca de identificação da cadeia solidária binacional do PET, que traduza o espírito de cooperação de uma nova sociedade que nós pretendemos construir, que consolide um plano internacional com a grife da economia solidária”, salientou.
Além da inserção de Minas Gerais no processo, a reunião teve o objetivo de explicar aos representantes do Governo mineiro o projeto e sua dinâmica, identificar o papel dos atores institucionais envolvidos e, principalmente, pensar ações estratégicas para estruturação da cadeia e consolidação do projeto no Brasil e no Uruguai.
Para o secretário de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta, “a proposta só traz ganhos para os envolvidos, uma vez que além da preservação ambiental, com a melhor destinação das garrafas pet, ainda há a geração de renda para milhares de trabalhadores que estavam fora do mercado de trabalho. Queremos investir nesta parceria e ampliar a participação do Estado na rede, apoiando e fomentando as atividas nas diversas etapas de produção”.
A participação de Minas Gerais começou a ser definida no final do ano passado, em um encontro com a diretora do Departamento de Incentivo e Fomento à Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa do Governo do Rio Grande do Sul, Nelsa Fabian Nespolo. Como encaminhamento das reuniões foi enviado à Sede um convite oficial para integrar o projeto e para realizar um intercâmbio no Uruguai para debater as parcerias e o cooperativismo com o Governo Uruguaio e com a Federação das Cooperativas daquele país.
A Superintendência de Cooperativismo e Apoio ao Setor Terciário será o setor da Sede responsável pela participação no programa. O papel do Governo de Minas será, em princípio, apoiar institucionalmente a consolidação da cadeia binacional e articular parcerias estratégicas, buscando meios para fortalecer o elo da cadeia em Minas, representado pela Coopertêxtil.
Evento teve também a participação do subsecretário de Indústria, Comércio e Serviços da Sede, Marco Antonio Rodrigues da Cunha, do secretário adjunto da Sete, Hélio Augusto Rabelo, da diretora de Economia Solidária da Sesampe, Nelsa Fabian Nespolo, e da diretora do Departamento Nacional de Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Vera Lúcia de Oliveira. A reunião contou ainda com a participação de representantes da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol) e da Coopertêxtil e de técnicos da Sede e da Sete. Antes da reunião, os representantes do Governo do Rio Grande do Sul visitaram a Coopertêxtil em Pará de Minas.
A experiência pioneira vai possibilitar a retirada de cerca de um milhão de garrafas PET de circulação. O Ministério do Trabalho, por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária, vai destinar recursos ao projeto, com contrapartida do governo gaúcho. Estes recursos permitirão a compra de máquinas que vão viabilizar a flocagem do PET, estágio inicial de processamento. Atualmente 9 bilhões de unidades de PET são descartadas na natureza anualmente.