Por Secretaria Executiva do FBES
A expectativa do movimento de economia solidária se ampliar, fortalecendo alianças práticas de curto e longo prazo com outros movimentos sociais foi tema de debate na Oficina autogestionária “Rumo à V Plenária Nacional de Economia Solidária”, ocorrida na última quinta-feira (26) no Banco de Desenvolvimento Regional do Extremo – BRDE, em Porto Alegre, durante as atividades do Fórum Social Temático 2012.
“A economia solidária é um movimento social que congrega vários movimentos sociais, é mais que uma articulação. Temos que fazer uma síntese que consiga consolidar a diversidade do movimento”, colocou Diogo Rego da Coordenação Executiva do FBES, representando empreendimentos coletivos do Nordeste. Já Estela da Coordenação Nacional do FBES, representando entidade local de apoio do RS, complementou os debates: “O tema da V Plenária [Economia Solidária: O bem viver, a cooperação e a autogestão para um movimento justo e solidário] traz a possibilidade do movimento se abrir para um avaliação interna e avançar em seus limites e desafios, conseguindo pautar alianças estratégicas com outros movimentos da capital e do interior”.
Neste contexto, o crescimento do movimento no contexto do decreto presidencial – PL 865 foi relembrado, num momento que os trabalhadores e trabalhadoras da economia solidária mostraram autonomia e identidades frente ao governo, para não unificar as politicas públicas da economia solidária com as da micro e pequenas empresas no ministério a ser criado.
Além disso, Carlos Arns representante da Rede de ITCPs na Coordenação Executiva, trouxe outros elementos da análise de conjuntura de 2011 e 2012 para a realização da V Plenária, como os projetos estaduais e municipais de economia solidária que serão desenvolvidos em 2012 e que requerem o acompanhamento e construção dialogada com os fóruns locais de economia solidária, de forma que atenda as necessidades do movimento de economia solidária; as eleições municipais deste ano que podem influenciar no sentido positivo para construção de agendas positivas e compromissos com candidatos com a economia solidária ou no sentido negativo, no sentido de influenciar partidariamente a construção das plenárias locais.
As contradições do movimento, haja vista a participação ativa na construção e desenvolvimento de políticas públicas a nível nacional e local, e ainda, as dificuldades de manutenção da militância e dos espaços coletivos dos fóruns locais de economia solidária foram pontos no debate da oficina.
A apresentação sobre o histórico do FBES, estrutura e definição foi apresentada por Ana Dubeux, integrante suplente da Coordenação Executiva do FBES representando a suplência na Rede de ITCPs, e a oficina foi coordenada por Tatiane Valente, também da executiva, representando empreendimentos da região norte.
“O FBES se estrutura pela articulação dentro do contexto do I Fórum Social Mundial, em 2001, quando numa oficina autogestionária participam mais de 1500 pessoas, com sujeitos que buscavam a unidade na diversidade das práticas solidárias, e que veio muito junto da criação da Senaes, quando em 2002 estes mesmos atores enviam a carta ao Lula propondo a criação da Senaes, que se efetiva em 2003”, colocou Ana Dubeux na apresentação sobre o FBES.
Participaram da oficina membros dos fóruns locais de diversos estados, integrantes de outros movimentos sociais, gestores, empreendimentos de economia solidária e interessados em geral no tema da economia solidária.