Por Secretaria Executiva do FBES

Durante o II Seminário Nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela vida, ocorreu ontem (8) o Ato Político em Brasília – DF, um momento importante para firmar compromissos junto a parlamentares e movimentos sociais que se solidarizam e são parceiros da campanha.

A deputada Luci Choinacki/PT-SC trouxe seu relato: “sempre trabalhei na roça sem veneno, porque se mata bicho, mata gente. As denúncias sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde das pessoas é um grito de alerta para mudar este padrão de produção, concentração de riqueza e poder”.

O deputado Marcon/PT-RS que é assentado em Nova Santa Rita – RS, também levantou a necessidade de fortalecer as alternativas a este modelo, o que foi complementado pelos demais parlamentares presentes, Elvino Bonh Gass/PT – RS e Padre João/ PT – MG, em aspectos como a atuação para a conscientização do consumidor e no avanço da legislação para a criação de barreiras contra o uso dos agrotóxicos.

Durante o Seminário, que ocorre entre 7 e 9 de novembro, o tema é abordado em sua conjuntura atual, política e histórica, visualizando que o uso de agrotóxicos é mais uma faceta do modelo capitalista e da luta de classes, que mercantiliza a produção agrícola para produzir lucro e não alimentos saudáveis para a população.

No contexto brasileiro, o ambiente para trabalhar a campanha é amplo devido ao número de casos de denúncias dos impactos nas áreas rurais, nas incidências de câncer que refletem este modelo produtivo e pelo Brasil ser o maior consumido de agrotóxicos no mundo, com registros legais de mais de 1 milhão de toneladas por ano consumidas na produção.

No seminário estão presentes representantes do Fórum Brasileiro de Economia Solidária e de vários movimentos sociais, como Movimento dos Atingidos por Barragem, Movimento de Mulheres Camponesas e Movimento dos Pequenos Agricultores, no sentido de convergir lutas e pautas por um modelo de sociedade que valorize o trabalhador/a e a biodiversidade, para um desenvolvimento justo, solidário e sustentável.

Os desafios da campanha contra os agrotóxicos são diversos, assim como da campanha pela lei de iniciativa popular da economia solidária, como por exemplo, para o acesso às mídias para dialogar com a sociedade, na necessidade de pesquisas de respaldo, no trabalho com as bases dos movimentos sociais, no trabalho junto ao congresso nacional e na concretização das alternativas no campo da agroecologia e da economia solidária.

O Seminário segue no último dia (9) para planejamento da campanha junto aos representantes dos comitês presentes.