Por Camila Queiroz*

Localizada no interior do estado de São Paulo, a 231 quilômetros da capital, a cidade de São Carlos conta com o Banco do Povo de São Carlos. Formado em 2002 a partir de parceria entre prefeitura e governo do Estado, o banco facilita o acesso ao crédito por parte de empreendedores de pequenos negócios, com firma aberta ou não.

De acordo com o coordenador do banco, Apolinário de Oliveira, desde a fundação, em 2002, até agora, já foram realizados 1.610 empréstimos, somando o valor aproximado de R$5.100.000 reais.

O crédito é concedido com baixos juros, de 0.70% ao mês na compra de máquinas, equipamentos e capital de giro, por exemplo. Destina-se ao produtor rural, microempreendedor (a) individual (MEI), micro e pequenas empresas e pessoas que trabalham por conta própria, de maneira formal ou informal, e contribuem para o aumento da renda familiar. Além destes, cooperativas e outras associações de produção também podem ter acesso ao crédito, desde que legalmente constituídas.

Apolinário destaca que entre os clientes mais comuns estão costureiras, pedreiros, caminhoneiros, proprietários de transporte alternativo, donos de pequenas lojas de confecção, armarinhos, produtores rurais e empreendimentos do ramo da alimentação.

Para a liberação do crédito, o banco faz algumas exigências. É preciso estar produzindo no município, há mais de seis meses, com firma aberta ou não. Caso o interessado seja pessoa física, deve residir em São Carlos há mais de dois anos.

O Banco do Povo também exige que não haja restrições no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), Serasa ou Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (Cadin). Isso é válido tanto para o empreendedor quanto para o seu avalista.

Para avaliar a liberação do crédito, o banco atua com agentes de crédito. Eles reúnem informações sobre os empreendimentos e suas necessidades e encaminham pedidos de financiamento para o Comitê de Crédito Operacional. Nesta instância, o pedido será avaliado, de acordo com critérios básicos.

Devido ao objetivo do banco, que é conceder crédito para a produção e, assim, desenvolver a Economia Solidária na cidade, não é permitido financiamento para pagamento de dívidas, compra de veículos de passeio, atividades ilegais (produtos contrabandeados e marcas pirateadas, itens que firam as leis ambientais, entre outras) e crédito pessoal.

Apolinário avalia que, em nove anos de funcionamento, o Banco do Povo teve bastante impacto na cidade de 230 mil habitantes. Ele destaca que os valores emprestados ficam retidos na cidade, movimentando a economia. Ressalta ainda que com o apoio do banco, as atividades se desenvolveram e muitos empreendimentos puderam regularizar sua situação, inscrevendo-se no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

O Banco do Povo de São Carlos funciona no Centro Público de Apoio à Economia Solidária Herbert de Souza “Betinho”, que fica na Rua José Bonifácio, 885. O horário de atendimento vai das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Mais informações pelos telefones (16) 3376-6561, (16) 3371-9219 e (16) 3307-6808.

As matérias sobre Finanças Solidárias são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

* Jornalista da ADITAL