Por Secretaria Executiva do FBES
No último dia (05/08) da Oficina Nacional de Formação Política e Economia Solidária, Maria Goreti, da Coordenação da Escola, foi a facilitadora, trazendo as bases sobre a formação política do MST
Para o MST educação popular é formação política, e a política é entendida como tudo que move a vida do indivíduo na sociedade, por isso sua importância para o processo de formação de consciência.
O MST é fruto de um processo histórico, de lutas contra o latifúndio, até desembocar no surgimento de diversas organizações. E compreendem o sentido da luta pela terra como dependente também da mudança na educação, sem educação não existe reforma agrária.
“Palavras chaves como democracia, participação, direitos humanos foram apropriadas pelas elites e temos que recuperá-las no conteúdo transformador que elas são, segundo Florestan Fernandes. Estas palavras não se completam no sistema capitalista, assim como a economia solidária. A formação política tem que desvendar o significado destas palavras e da realidade, se perguntar o que está além das aparências, quais são os processos.” Colocou Goreti.
Para o MST a educação é para transformar a sociedade injusta. Segundo Goreti “Nós não queremos migalhas, nem uma sociedade mais justa, porque hoje a sociedade não é justa, apenas com lutas se conquistam os direitos sociais.”
A importância de interpretamos corretamente o momento que vivemos é para definir as linhas corretas de construção do futuro. Não somos determinados apenas por nós mesmos, mas por um processo histórico.
Novamente o tema do Estado foi debatido, segundo Goreti: “Não tem como juntar movimento social com estado, é uma contradição. Os objetivos são diferentes, porque o estado é do capital, um sistema que impõe independente do bom funcionário que esteja discutindo conosco.” Além disso, complementou: “A formação política tem que estar relacionada internacionalmente, e tem que ser pensado na totalidade da organização”, por exemplo, o MST tem Brigadas Internacionalistas em diversos países da America Latina e África.
Outro tema discutido no dia foi a Rede de Educadores nas regiões e construção do PPP (projeto político pedagógico). Cada região deu seus encaminhamentos e como farão as atividades até o segundo módulo desta Oficina Nacional de Formação, previsto para 17 a 21 de outubro deste ano.
Por fim, um bonito momento de encerramento marcou o final desta primeira etapa, com um grande agradecimento a toda a acolhida da Escola dos Trabalhadores.
Em breve será disponibilizado no site do Cfes Nacional o relatório completo da formação: www.cirandas.net/cfes-nacional