Por Secretaria Executiva do FBES
Para convergir com a Marcha das Margaridas, a data da X Reunião da Coordenação Nacional do FBES foi alterada para 18 a 20 de agosto, em Brasília.
Após consulta aos 100 membras/os da Coordenação, a mudança foi aceita e apoiada, para que as coordenadoras e coordenadores nacionais participem das atividades da Marcha da Margaridas: “Desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”, entre 16 e 17 de agosto, em Brasília.
A convergência é fundamental visto a forte e ampla maioria de mulheres construindo o FBES, além da questão de gênero, como um dos fundamentos e pilares da Economia Solidaria, bem como a importância de darmos continuidade à interação com outros movimentos sociais.
O lema da Marcha deste ano dialoga muito com as bandeiras do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, também nos eixos e nas pautas.
Dentre as pautas, destacamos: Questionamento sobre o modelo de grandes projetos desenvolvimentistas; Pressão para preservação e conservação da biodiversidade; Reforma agrária; Assistência técnica, apoio a transição agroecológica e crédito rural, em especial por iniciativas promovidas por mulheres; Apoio a organização produtiva de mulheres; Criar e ampliar os instrumentos de divulgação e de acesso aos produtos e serviços da agricultura familiar, especialmente aqueles oriundos da produção agroecológica, da economia feminista e solidária; Orientação para a formalização dos grupos e articulação em redes, articulação com a economia solidária, PAA e PNAE; Implementar a Política Nacional de Educação do Campo e assegurar políticas públicas não sexistas; Garantir a implementação pelo Estado de creches públicas de qualidade; Assegurar e ampliar os recursos orçamentários do Programa de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM; Criar as condições necessárias ao pleno cumprimento da Lei Maria da Penha nos Estados e municípios, assistência e atendimento às mulheres do campo e da floresta; e valorização dos saberes e práticas tradicionais previstas nas políticas de saúde voltadas para as populações do campo e da floresta.
O trabalho das mulheres é fundamental para o desenvolvimento sustentável e solidário, para a soberania e segurança alimentar e nutricional e para a renda familiar!
A Marcha das Margaridas
É uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta para conquistar visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena.
A Marcha das Margaridas se consolidou na luta contra a fome, a pobreza e a violência sexista e sua agenda política de 2011 tem como lema desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
Coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura – Contag, por 27 Federações – Fetag’s e mais de 4000 sindicatos, sua realização conta com ampla parceria.
Em 2011, as mulheres trabalhadoras rurais, mais uma vez, estarão nas ruas, em movimento, para protestar contra as desigualdades sociais; denunciar todas as formas de violência, exploração e dominação e avançar na construção da igualdade para as mulheres.
Junte-se a nós. Assuma o compromisso com a luta da Marcha das Margaridas de 201. Venha marchar por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade para todas as mulheres.
É a maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil tem esse nome, como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves.
Margarida Alves é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
Principais eixos da plataforma de 2011:
BIODIVERSIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS – BENS COMUNS: Em defesa do patrimônio genético, gestão e manejo sustentável dos bens comuns, da matriz energética sustentável, de uma vida saudável, sem agrotóxicos e transgênicos. Em defesa do agro extrativismo, da terra, da água e da floresta viva.
TERRA, ÁGUA E AGROECOLOGIA: Na luta pela reforma agrária, o acesso das mulheres a terra, a democratização e racionalidade no uso dos bens comuns, da agroecologia como modo de produzir e se relacionar na agricultura.
SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: Queremos o fortalecimento da agricultura familiar, alimentos saudáveis para a população, a valorização da organização produtiva das mulheres, do comércio justo e solidário e do consumo responsável.
AUTONOMIA ECONÔMICA, TRABALHO, EMPREGO E RENDA: Em defesa da autonomia econômica das mulheres, dos direitos trabalhistas e previdenciários; apoio à organização produtiva com crédito e assistência técnica; valorização da política nacional salário mínimo; por creches nas comunidades rurais; pela. divisão sexual do trabalho e igualdade no mundo do trabalho,
SAÚDE PÚBLICA E DIREITOS REPRODUTIVOS: Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade; assistência integral à saúde da mulher; pelo direito ao nosso próprio corpo.
EDUCAÇÃO NÃO SEXISTA, SEXUALIDADE E VIOLÊNCIA: Por uma educação não sexista, pela autonomia econômica e pessoal, livre orientação sexual e o fim de todas as formas de violência contra as mulheres
DEMOCRACIA, PODER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: Democracia plena; pela ampliação da participação das mulheres do campo e da floresta nos espaços de poder e decisão política no país e no MSTTR; reforma política com igualdade para as mulheres.