Fonte: Por Camila Queiroz*
O Centro de Estudos, Articulação e Referência sobre Assentamentos Humanos (Cearah Periferia) realizará amanhã (21) o Seminário “Fundos Rotativos Solidários: emancipação produtiva e movimentos sociais”. A atividade ocorrerá às 15 horas, no auditório Luiz Gonzaga, do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O Seminário ocorre em comemoração aos 20 anos da ONG e como fechamento do curso “A cidade em Movimento – fazendo política e discutindo direitos”, realizado pela Escola de Planejamento Urbano e Pesquisa Popular (EPUPP) e pelo eixo de Economia Solidária e Gênero do Cearah Periferia.
Participam como palestrantes Roberto Marinho (Ministério do Trabalho e Emprego), Alzira Medeiros (Centro de Formação em Economia Solidária – Nordeste), Clarício do Santos (Banco do Nordeste) e Luciana Eugênio (Budegama).
Coordenador do projeto de Economia Solidária do Cearah Periferia, Raimundo Nonato explicou que o curso, realizado em parceria com o Banco do Nordeste, teve duração de seis meses e priorizou a Economia Solidária. Cerca de 40 alunos de vários bairros de Fortaleza e Região Metropolitana puderam debater – muitos pela primeira vez – a importância dos Fundos Solidários no âmbito econômico e organizacional das comunidades.
Nonato destaca que os Fundos Rotativos Solidários vêm ganhando espaço nas comunidades que trabalham com Economia Solidária. “(…) são hoje uma prioridade dos movimentos de Economia Solidária, porque com eles é fácil de trabalhar a questão da produção e da organização comunitária, proporcionando o desenvolvimento local de forma sustentável e com qualidade de vida para os moradores. Para nós já é uma realidade, não uma alternativa”, enfatizou.
Outra vantagem dos Fundos Rotativos Solidários, de acordo com Nonato, é que possibilitam a emancipação produtiva. “Emancipação produtiva é produzir de forma organizada e coletiva com consciência crítica, trabalhando desde a lógica da Economia Solidária. Consciência no sentido de pensar que produto se está colocando no mercado, pensar a relação com a comunidade e valorizar o trabalho humano. A consciência crítica visa o Social, não somente o Capital”, afirmou.
Ele esclarece que o Cearah Periferia trabalha com os Fundos Solidários não apenas pelo viés econômico, mas justamente pelas mudanças que os fundos podem levar às comunidades, já que impulsionam um processo de mobilização.
“Para nós, os Fundos Solidários são um meio para trabalhar a organização da comunidade, e não um fim. Não é somente para inclusão produtiva, para gerar ocupação e renda, mas para atender a uma demanda da comunidade, que deve discutir a questão econômica integrada aos problemas sociais”, assinalou.
No próximo ano, a EPUPP, que trabalha há dez anos com formação de lideranças comunitárias e de movimentos sociais, abrirá nova turma para o curso “A cidade em Movimento – fazendo política e discutindo direitos”.
Serviço
O Auditório Luiz Gonzaga fica na Avenida da Universidade, 2995, Benfica. A participação no seminário é gratuita e aberta ao público. Para se inscrever, basta enviar nome, entidade/movimento do qual faz parte e telefone para o e-mail epupp@cearahperiferia.org.br ou ligar para (85)3261-2607.
As matérias sobre Finanças Solidárias são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
*Jornalista da ADITAL