Por Coordenação Executiva do FBES

Com a nova conjuntura, em que o governo abriu espaço para diálogo e participação do FBES, onde faremos parte do grupo de trabalho que discutirá a PL 865 junto com Senaes e a Frente Parlamentar Mista de Economia Solidária; e ainda, após a abertura de agenda para continuidade de conversa com a Secretaria Geral da Presidência da República, e possivelmente, com a presidenta Dilma Russeff; a Coordenação Executiva solicita novamente o retorno dos fóruns locais para uma série de mobilizações nacionais.

Nosso maior diálogo nas bases e a força de nossas mobilizações trarão, certamente, novos elementos para consultas e decisões posteriores.

É importante ressaltar que antes de sairmos às ruas, nossa pauta política têm que chegar ao governo e à sociedade, para termos eco e retorno das mobilizações. No nível nacional temos nossa PL, através da Lei de Iniciativa Popular de Economia Solidária, as definições políticas da II CONAES e IV Plenária do FBES e a proposta de construção de uma Secretaria Especial de Economia Solidária; no nível local, também é importante organizar as pautas e levar para o estado e à sociedade.

Abaixo segue uma série de propostas concretas que chegaram com as consultas aos fóruns e coletivos locais, para serem desenvolvidas em cada estado e bairro para mostrar a cara da economia solidária, a pergunta que fazemos é:

Como cada Fórum Estadual vai organizar sua mobilização? O que, como e quando vocês podem fazer dentro das propostas abaixo e no que seja possível no estado/bairro, para contribuir com a manifestação nacional?

Cada fórum local deve pensar com quais forças sociais pode contar, quais outros movimentos sociais, organizações e gestores podem ser aliados. Ocupando as agendas existentes e abrindo novas fronteiras.

Solicitamos que as respostas venham com Atas e Listas de presença, com prazo para respostas até 25 de Abril para organizarmos as agendas e toda a mobilização nacional!

Propostas de Mobilização Nacional

  1. Feiras Protesto – que as Feiras de “Páscoa”, “Dia das Mães” e ainda outras que estejam acontecendo, se constituam como um ato público de protesto comum. Desta forma, as feiras devem: ser ornamentadas com faixas e cartazes com palavras de ordem comuns (material disponível no site do FBES); utilizar o canal de comunicação das feiras para manifestar protesto; distribuir filipetas esclarecendo a diferença entre economia solidária e micro e pequena empresa; colher assinaturas (abaixo assinado) em favor do Projeto de Lei de Iniciativa Popular que dispõe sobre a Política da Economia Solidária (www.fbes.org.br/?option=com_content&task=view&id=5086&Itemid=262); e como ato simbólico, escolher um momento em que todos dancem e cantem a CIRANDA (com letra logo abaixo) por outro desenvolvimento;
  2. Diálogo com os demais movimentos sociais que também tem outra perspectiva de desenvolvimento, e não a que está dada: o indicativo é que cada Fórum Estadual delegue pessoas para dialogar com os pares dos outros movimentos a fim de que se comprometam com a luta da economia solidária e vice versa – assim a luta de um se torna a luta de todos; Encaminhar documento para que outros movimentos subscrevam nota de repúdio e hajam manifestações conjuntas;
  3. Corpo a corpo e diálogo com os parlamentares, não apenas do PT, mas de outros partidos que também apoiam a causa para organizar e apoiar as manifestações e para que fortaleçam a Frente Parlamentar Mista de Economia Solidária, com a convocação de deputados federais e senadores para se integrarem a Frente e atuarem a nosso favor;
  4. Audiências públicas nos estados e municípios, a partir do diálogo com os parlamentares e a câmaras municipais e assembleias legislativas para agendar a audiências e organizar o debate sobre economia solidária x empreendedorismo e a PL 865;
  5. Audiência pública no Congresso: a ser marcada junto a Frente Parlamentar Mista de Economia Solidária, previsão entre os dias 26 e 28 de abril em Brasília (a ser confirmado junto a Frente Parlamentar Mista de Economia Solidária);
  6. Comunicação e divulgação: Para todas as manifestações mobilizar a mídia, sobretudo a mídia livre – fóruns de blogueiros – para que as reivindicações da economia solidária tenham repercussão nos meios de comunicação;
  7. Dia comum de mobilização em todos os estados e localidades: dia 1o de maio (Dia do Trabalhador) pelo direito de trabalhar e produzir em cooperação. Fazer também protesto em defesa da retirada da economia solidária do PL 865 e a favor do nosso PL. Que esta mobilização ocorra em todos os estados e territórios, após as mesmas solicitamos que sejam enviadas fotos para a Secretaria Executiva do FBES para divulgação. Em Brasília buscaremos fazer parceria direto com a CUT para que a pauta da economia solidária entre em todas as manifestações da CUT nos estados e em Brasília;
  8. Mobilização em Brasília, em conjunto com o Grito da Terra dia 18 de maio; numa data que já é histórica de mobilizações em Brasília por diversos movimentos sociais. Que os estados já iniciem a organização de suas caravanas rumo a Brasília! E por aqui buscaremos alojamento solidário;
  9. Aproveitar espaços públicos que reúnam militantes da economia solidária (ações de projetos de políticas públicas) tanto nacional quanto regional para realizar manifestos públicos em repúdio a PL 865;
  10. Coleta de assinaturas pela Lei de Iniciativa Popular da Política Nacional de Economia Solidária: que em todas as manifestações, eventos e espaços que hajam discussões sobre economia solidária se faça a coleta e a sensibilização;
  11. Meio virtual: manifestações e mobilização pelo e-mail, Facebook, sites e twitter de apoio a nossa posição e organização. Vamos utilizar mais o meio virtual como forma de comunicação e articulação;
  12. CNES: solicitar que o Conselho Nacional de Economia Solidária envie uma nota de repúdio a PL. Se o CNES não tiver coragem, pelo menos nós, enquanto integrantes do Conselho, solicitamos que esta faça isso. Pois este PL foi diretamente contra a moção aprovada na última reunião em março 2011.
  13. Sugestão de palavras de ordem para faixas e cartazes: “Contra o PL do capital, a favor do PL da Economia Solidária”; “Autogestão produção sem patrão – Economia Solidária fora da PL 865, sim o nosso PL”; “Economia é todo dia, nossa vida não é mercadoria – Economia Solidária fora da PL 865”; “Economia Solidária não é micro e pequena empresa – pelo PL da Economia Solidária”; “Pelo direito de trabalhar e produzir em cooperação – pelo PL da Economia Solidária”; “Economia Solidária não é economia do patrão é do trabalhador – fora da PL 865, pelo PL da Economia Solidária”; “Por um comércio justo e sustentável”.

Letra da Ciranda

“Cirandeiro, cirandeiro ó

Rede e solidariedade, não se faz de uma mão só!

Vou construindo uma rede solidária

Que vive o sonho de uma vida melhor!

A rede cresce no sonho da liberdade

Que une nossas utopias, vidas, mãos e corações!

Essa ciranda não é minha só, ela de todos nós, ela é de todos nós!

A utopia é que nos uniu, para viver e cantar o sonho em uma só voz.

Para esta ciranda,

Juntamos mãos com mãos.

Unimos sonhos e vida,

Na força da ação.”

Mobilizações de continuidade e longo prazo

Maior energia e foco nos fóruns locais e na formação de nossas lideranças e melhoria da articulação do movimento nas bases;

Olhar as 229 ações e programas relacionados à Economia Solidária nos 20 ministérios e definir as estratégias de negociação de projetos e políticas para a ES: fazer as pautas e agendas de negociação com cada espaço, e listar os espaços prioritários de negociação, bem como junto com a presidência;

Colocar mais energia no Encontro de Diálogos e Convergências com outros movimentos sociais, buscando crescer a perspectiva mais ampla de sinergias com agroecologia, mulheres, povos e comunidades tradicionais, justiça ambiental, soberania e segurança alimentar, cultura livre (pontos de cultura), entre outros. Que hajam maior debate e discussão acerca das convergências locais da ES com outros movimentos sociais e perspectivas; organizado em cada região pelos fóruns e coletivos locais de economia solidária;

Seguir firme na coleta de assinaturas pela Lei de Iniciativa Popular, até alcançarmos os 1 milhão e 300 mil assinaturas;

Fazer uma reunião tanto com a direção, quanto com as bases da CUT e da Unisol, apresentando a posição do movimento de Economia Solidária, e discutindo a continuidade das relações;

Comissão de trabalho, estudos e proposta para a PL 865 composto por 3 membros de cada parte: FBES, Senaes e Frente Parlamentar Mista de Economia Solidária

“Vamos mobilizar nos estados a força dos trabalhadores da Ecosol, vamos mostrar a cara dos trabalhadores!” – Galdene, companheira do Espírito Santo