Fonte: Assessoria de Comunicação do Secretariado Nacional da Cáritas Brasileira

Com o objetivo de capacitar agentes estaduais para facilitar a compreensão e a execução das ações planejadas junto às experiências de Fundos Solidários no Brasil, a Cáritas Brasileira promove desde ontem (5), um encontro que reúne em Brasília (DF) cerca de 40 agentes de todos os estados do país.

Uma mesa que reuniu representantes da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MSD), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Banco Nordeste do Brasil (BNB) e da Cáritas Brasileira, proporcionou aos participantes uma maior integração dos conhecimentos sobre Fundos Solidários.

De acordo com Jaime Conrado de Oliveira, da Cáritas Brasileira, um dos objetivos do Programa de Fundos Solidários, animado pela entidade, é fazer um mapeamento de todos os fundos existentes pelo Brasil e a partir disto fazer uma grande rede entre as experiências. “Existem muitos fundos espalhados pelo país. Com a rede, estas experiências ficarão mais fortalecidas”, explicou.

Maya Takagi, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), completou dizendo que esta iniciativa dará mais autonomia para as comunidades, em especial, para aquelas mais pobres. “Com os fundos você potencializa os recursos em prol de um bem comum que é bom para toda comunidade. É proporcionar autonomia e projetos de uso comum.”

A secretária ainda disse que é importante integrar e montar uma rede para a troca de experiências, mas alertou: “é fundamental criar uma rede, mas não temos que transformar tudo em um fundo só. Temos que mapear e trazer para o conhecimento da sociedade e dos governos os resultados que estes fundos trazem para a população, principalmente, para o plano de erradicação da miséria, por exemplo. E podem contar conosco para esta parceria.”

“A maldição da pobreza não é a falta de terra, de dinheiro…a maldição da pobreza é o isolamento.”

A fala é do secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Paul Singer, que continuou: “em pequenos grupos é possível criar relações de afeto, de proximidade e é possível ter confiança.”

De acordo com Singer, existem Fundos Solidários em todo mundo e é fato que com a criação destes, comunidades inteiras saíram do isolamento, “pois elas entram em uma roda de ajuda mútua e isto as deixam mais seguras”, salientou.

Além disso, o secretário disse que o fortalecimento da rede de Fundos Solidários é fundamental na incidência de Políticas Públicas como na erradicação da pobreza extrema no Brasil. “Estamos avançando, mas temos que avançar com mais ousadia. Precisamos erradicar a pobreza de forma mais ampla e eficaz”, orientou.

Fundos Solidários

Conforme Ademar Bertucci, coordenador do Programa de Economia Popular Solidária da Cáritas Brasileira, Fundos Solidários são recursos financeiros não reembolsáveis destinados para atividades produtivas solidárias ou de infraestrutura comunitárias, geralmente, coletivas. Os beneficiários são pessoas que não tem acesso a outros instrumentos financeiros, como o microcrédito.

Existe uma grande variedade de práticas de Fundos Solidários espalhadas pelo Brasil, cada uma de acordo com a sua realidade como o Programa de Cisternas. “A família que recebeu uma cisterna contribui com pequenos pagamentos mensais para um fundo comunitário aplicado para beneficiar outras famílias. Ou do Bando de Sementes em que um grupo de famílias recebe um financiamento para uma horta ou plantação e devolve uma quantidade de sementes para um banco de sementes que beneficiará novas famílias.”

O Seminário de Capacitação dos Agentes Estaduais do Projeto de apoio às finanças solidárias com base na organização de Fundos Solidários ocorre até o próximo sábado (9).