Fonte: Agencia Pulsar Brasil (http://www.brasil.agenciapulsar.org)

Experiências de resistência dos povos que vivem no norte de Minas Gerais inspiram grupos de todo o Brasil a pensar formas de lutar contra um modelo insustentável de desenvolvimento. O debate aconteceu na Oficina Territorial Diálogos e Convergências.

Grupos de geraizeros, caatingueiros, vazanteiros, quilombolas e pequenos agricultores do norte de Minas Gerais têm lutado para manterem-se em seus territórios ancestrais. Com isso, querem garantir para suas famílias e toda a região alimentação saudável, água e um modelo de desenvolvimento.

Durante o encontro, foram apresentadas experiências como a da comunidade de Vereda Funda, em Rio Pardo do Minas, onde mais de 140 famílias lutaram contra uma empresa de monocultivo de eucalipto. O objetivo foi garantir a reapropriação da terra e a preservação do cerrado. Agora, seguem na luta por sobrevivência a partir de uma agricultura que não destrói o meio ambiente, propondo também formas justas de comercialização.

Baseadas em casos como este, mais de 40 pessoas representando redes de todo o Brasil buscaram maneiras de dialogar e convergir, como sugere o nome do encontro. A busca é por um outro modelo de sociedade, em que estejam garantidas saúde, alimentação, igualdade entre homens e mulheres e terra para todos. Os grupos também querem desenvolver a economia solidária, a agroecologia e a comunicação popular. Para isso, acreditam ser necessário reunir as lutas.

Outra novidade é o “Intermapas”, uma ferramenta em construção. Por meio de um site na Internet é possível ver os lugares onde existem experiências de agroecologia e economia solidária em cada canto do Brasil. Informações sobre injustiça ambiental e financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) também estão disponíveis. O “Intermapas” deve ajudar a visibilizar estas experiências e aumentar o contato e o diálogo entre diversos grupos em uma mesma localidade ou território.

No caso do norte de Minas, o debate mostrou que os principais desafios são a reapropriação dos territórios e o enfrentamento ao agronegócio e à mineração. Também são importantes a ampliação e o fortalecimento de alternativas econômicas para as famílias e o aumento da visibilidade de experiências bem sucedidas na região.

Esta foi a terceira oficina territorial Diálogo e Convengência, que aconteceu ao longo da semana passada. Grupos da Borborema, na Paraíba e do planalto de Santa Catarina já haviam se reunido. As oficinas são parte da preparação de um encontro nacional que será realizado nos próximos meses.

Acesse áudio de entrevistas com Marcelo Firpo e Daniel Tygel em http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=7499

Mais informações sobre o Encontro de Diálogos e Convergências em: http://pratoslimpos.org.br