Por Karol Assunção (Adital)

Discutir sobre a situação atual da economia solidária no Brasil e suas contribuições para o desenvolvimento do país e para a erradicação da pobreza. Essa foi a principal questão discutida entre parlamentares e representantes do movimento de economia solidária em reunião ocorrida no Congresso Nacional na última terça-feira (22). O encontro foi realizado a partir de uma parceria entre a Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária e o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES).

De acordo com Maribel Kauffmann, integrante da coordenação executiva do Fórum, o objetivo da reunião foi discutir sobre “o lugar da economia solidária no atual Governo” e a economia solidária como “modelo de desenvolvimento territorial, sustentável e solidário”.

Para ela, o setor tem muito a colaborar com o governo de Dilma Rousseff, principalmente na erradicação da pobreza extrema, compromisso assumido pela presidenta durante a solenidade de posse e reiterado na sessão de abertura dos trabalhos legislativos. “A economia solidária pode contribuir no desafio da Dilma de erradicar a pobreza extrema no Brasil”, afirma.

Entretanto, para ajudar na mudança do quadro social do país, a economia solidária precisa de estrutura. E essa é uma das principais demandas atuais do movimento: a criação de uma Secretaria Especial de Economia Solidária, com a garantia de mais recursos e com a capacidade de maior articulação para o fomento de políticas públicas voltadas para o setor.

Para isso, a integrante da coordenação do Fórum pede mais diálogo com a presidenta. “Ainda não conseguimos um diálogo direto com a equipe da Dilma”, desabafa. Enquanto a audiência com a presidenta não ocorre, o FEBS tenta realizar reuniões com representantes de Ministérios que possam contribuir para o fortalecimento da economia solidária. Hoje (24), por exemplo, o Fórum tem uma audiência agendada com o ministro Carlos Lupi, do Ministério do Trabalho e Emprego.

Expectativas

Apesar de ainda não ter conseguido um contato direto com a presidenta Dilma, as expectativas são boas, pelo menos em relação à Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária. De acordo com Maribel Kauffmann, o encontro de terça-feira reuniu cerca de 50 pessoas, entre parlamentares e pessoas ligadas ao FBES e aos empreendimentos solidários. “Alguns parlamentares que não estiveram presente na nossa atividade enviaram comunicado”, comenta.

Além disso, segundo ela, muitos se mostraram dispostos a aderir à reinstalação da Frente. “[Acredito que] chegaremos a 200 adesões à Frente até o final desta semana”, destaca.