Por ASCOM do FBES

A II Feira PANAMAZONIA buscando se tornar um espaço de diálogo e reflexão, realizou no seu segundo dia, o seminário latino-americano. O tema desta segunda edição do seminário foi “ O papel da economia solidária na integração latino-americana”, que foi abordado pela diversidade dos atores e atrizes presentes na mesa de abertura.

Estavam na mesa a ministra boliviana Antonia Rodriguez Medrano, Joana Mota representando o Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES, Carlos Laran Taborga representando o Fórum de Economia Solidária do Acre, Hair Fonseca representando o Espaço Mercosul, Afonso representando a da Rede Intercontinental para a Promoção da Economia Solidária para América Latina e Caribe – RIPES LAC, Tahuá Pires representando a Cáritas Brasileira, Raimundo Angelim, prefeito de Rio Branco, o Consul Jesus Caranz arepresentando o governo peruano e Roberto Marinho,representando a Secretaria Nacional de Economia Solidária.

Qual é o peso econômico da economia solidária na região? Este foi um dos questionamentos da mesa, que também colocou que a ecosol tem crescido no país e na região latino-americana.

Carlos Taborga representante do Fórum de Economia Solidária do Acre, lembrou que a Feira Panamazônia é mais uma afirmação de que a economia solidária está crescendo. “Existem cerca de 700 empreendimentos solidários no Acre. A economia solidária tem ganhando força produtiva e está crescendo, não só no Acre, mas no Brasil e na América Latina”, afirmou.

Joana Mota, colocou que do contrario à economia capitalista que o foco do seu objetivo esta na produção, a ecosol tem o desenvolvimento do ser humano como seu objetivo central. “ A ecosol prioriza a vida, ela respeita o ecossistema na medida que prioriza o ser humano.Por isso é sustentável. Quando um empreendimento de ecosol produz, ele sabe que se sua produção depreda o meio ambiente em que vive, estará comprometendo o seu próprio espaço de trabalho e de sobrevivencia.”

Hair Fonseca, uruguaio representante do Espaço Mercosul tocou na necessidade de que o movimento de economia solidária tem de se apropriar de espaços como o mercosul, que começou como um acordo econômico, e que vem mudando, mas ainda prioriza as grandes empresas dos países partes, descartando a importância dos empreendimentos familiares e de ecosol. Segundo Hair existem recursos disponíveis no Mercosul que não são capitalizados pelos empreendimento de ecosol e acabam sendo pulverizado por outras entidades, que não fazem chegar na ponta.

Alfonso representante da RIPESS LAC expôs o cenário político latino-americano, lembrando que governos de esquerda da região começam a tomar um rumo distinto ao projeto neoliberal, que durante muito anos foi imposto à região. Ele elogiou o Brasil, que tem hoje inúmeras prefeituras e governos que já implementam políticas de economia solidária.

A segunda parte do seminário trouxe o debate a partir dos gestores públicos. Apresentaram suas ações de economia solidária, o Ministério do Desenvolvimento Agrário que trouxe as ações do Territórios de Cidadania, o ministério do Trabalho e emprego com as ações da Secretaria Nacional de Economia Solidária e o Ministério de Desenvolvimento Social que trouxe as ações da recém-criada Secretaria de Inclusão Produtiva.

Feira

A abertura da PANAMAZONICA foi realizada em torno de muita festa. A feira reúne cerca de 300 participantes das mais diversas áreas da economia solidária do Brasil e de outros nove países da América do Sul. Do Acre, estão participando 151 empreendimentos. A feira está sendo realizada pelo governo municipal e estadual de Rio Branco em parceria com o Fórum Acreano de Ecosol, além de outr@s atores e atrizes como os Fóruns de Ecosol do norte e o FBES.

Márcia Lima, membra do Fórum Acreano e representante desta na Coordenação Executiva do FBES contou um pouco da caminhada que foi para realizar a feira. “A realização desta feira é a expressão do quanto os Fóruns de Ecosol do norte vem trabalhando nos últimos anos.” Segundo Márcia, o diálogo entre fórum e governos municipais e estaduais, teve um papel importante no processo de realização da feira.