Por ASCOM do FBES

A conjuntura eleitoral foi o principal ponto de debate da reunião da Coordenação Executiva do FBES na última semana. O segundo turno e a posição do movimento foi o foco dos debates dos representantes do movimento nacional de economia solidária. No primeiro dia de reunião, a Coordenação Executiva recebeu a visita de dois secretários do governo Federal, o Secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Paul Singer e o Secretário de Desenvolvimento Territorial, Humberto Oliveira, do Ministério de Desenvolvimento Agrária.

Os secretários colocaram para a Coordenação a importância que a continuidade do governo tem para as políticas públicas de economia solidária implementadas. O movimento, por sua vez, colocou que apesar de ser apartidário, entendia a necessidade de se posicionar frente ao quadro eleitoral, onde o candidato da oposição não demonstra em seu programa de governo nenhuma prioridade às pautas dos movimentos populares.

A pauta do modelo de desenvolvimento, fortemente marcada na plataforma política do FBES entregue aos presidenciáveis, foi o ponto amplamente debatido junto aos membros do governo. A Coordenação pontuou para a SENAES que a economia solidária é uma importante indutora de atividades que corroboram para o desenvolvimento sustentável do país. “Temos no Brasil milhares de exemplos de gestão econômica realizados a partir dos princípios da ecosol que praticam o desenvolvimento local, além de se caracterizarem pelo respeito aos direitos humanos”, colocou Joana Mota, representante da UNISOL no FBES. Segundo os membros presentes, a economia solidária não entrou na pauta da campanha do PT, disconsiderando o caráter ecológico e inovador que tem a ecosol.

Além desta pauta foram abordados temas como a mobilização e preparação para os encontros regionais, previstos para acontecerem até a segunda quinzena de novembro. Foi consenso entre a Coordenação Executiva a pré-condição de haver os Encontros Estaduais, para que estes levem suas pautas ao Regional. Este acúmulo permitirá o debate mais qualificado no Encontro. O X Encontro da Coordenação Nacional, que reunirá todas as pautas discutidas nos encontros regionais foi adiado para a terceira semana de novembro.

Ainda em relação aos Encontros regionais, a Coordenação debateu os 6 pontos de pauta que serão comuns a todos os encontros: Conjuntura política e balanço do Fórum a partir das bandeiras do FBES (aprovadas na IV Plenária) e as 6 linhas de ação do triênio (aprovadas na VIII Reunião da Coordenação Nacional); Devolução, discussão e nivelamento a respeito dos resultados da IV Plenária ; Convergência e Balanço da situação dos fóruns estaduais, municipais e microrregionais da região de acordo com os critérios aprovados na IV Plenária ; Debate sobre a criação do Selo da Economia Solidária; Construção de estratégias para a Lei da Economia Solidária; Balanço dos programas governamentais de Economia Solidária na perspectiva do movimento.

A estratégia para a coleta de assinaturas para a lei de iniciativa popular que regulamenta a Economia Solidária no Brasil foi colocada como determinante para o avanço do movimento. “Uma questão fundamental para os encontros regionais é a coleta de assinaturas”,reforçou Urbano Ramos, representante de empreendimentos do Fórum Mato Grossense de Economia Solidária.

O selo de Economia Solidária, que também está na pauta dos Encontros Regionais, foi abordado como uma pauta em que o movimento precisa se empoderar e decidir qual o caminho deverá tomar em relação a ele. Neste sentido entrou na discussão a portaria da Casa Civil que regulamenta o Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário (SNCJS), que está em vias de ser aprovada. “A regulamentação do SNCJS será um grande passo para o movimento, mas que por outro lado implicará demandas como a questão do selo”, explicou Shirley Silva representante do Instituto Marista e Solidariedade, entidade nacional do FBES.

O último ponto foi as preparações da II Feira Nacional de Economia Solidária e a participação e incidência política do FBES nesta. A concepção do projeto da Feira Nacional envolve a criação de uma Cidade Solidária, uma provocação pública pela mudança do nosso paradigma de sobrevivência. A Feira acontecerá entre os dias 8 a 12 de dezembro.