Fonte: Blog Mobilizando para uma nova Economia

Na quarta-feira, 15/09, os agentes de desenvolvimento solidário, assim como, a coordenação do Mobilizando Para Uma Nova Economia, participaram do lançamento do projeto Economia Solidária & Feminista, do projeto Brasil Local, no Instituto Municipal de Pesquisa, Administração e Recursos Humanos – IMPARH, realizado das 8h às 14h.

O Projeto é uma realização da Gayí – Democracia, Participação e Solidariedade, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego que objetiva articular uma rede nacional de experiências, a partir de um processo de elaboração e construção coletiva da Economia Solidária como Economia Feminista. Segundo Estela Vila Nova, coordenadora técnica da Gayí, a construção do processo se dará de maneira coletiva, através da constituição de um Núcleo Nacional de Economia Solidária e Feminista e nove Núcleos Estaduais de Economia Solidária e Feministas nos estados compreendidos pelo Projeto: Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Ceará,Pernambuco e Rio Grande do Sul.

O evento deu início com a composição da mesa, através das representações de Helena Romeu, representante da coordenação da Rede Cearense de Economia Solidária; Lucivânia Silva, Rede Feminista; Patrícia Sampaio, coordenadora pedagógica do projeto Mobilizando Para Uma Nova Economia; Raquel Viana, secretária da Coordenadoria de Políticas Públicas Para Mulheres de Fortaleza; Benedita, Rede Estrela; Estela Vila Nova, coordenadora técnica da Gayí – Democracia, Participação e Solidariedade; Jacinta Aguiar, Instituto Florestan Fernandes, representando a ACC – executora do Brasil Local e Silvio, representando a Cédula de Economia Solidária, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SDE.

No segundo momento, foi realizada a plenária com o painel sobre trabalho e gênero, na perspectiva da Economia Solidária – Ecosol, no qual teve como painelistas Raquel Viana, secretária da Coordenadoria de Políticas Públicas Para Mulheres de Fortaleza e Estela Vila Nova, coordenadora técnica da Gayí. Em sua exposição, Raquel apresentou as três partes, pelas quais está dividida a desigualdade na sociedade atual. A primeira delas é a classe social, onde coloca a sociedade numa repartida entre ricos e pobres. A segunda é a ético- racial, onde os seres humanos são diferenciados pela sua raça, assim como, pelos seus princípios. E por fim, a terceira, a de gênero, que é representada pela diferença entre mulher e homem na realização das atividades sociais. “A mulher é atingida diretamente por todas elas”, afirma Raquel.

Raquel Viana coloca como primeiro ponto da desigualdade vivida pela mulher na sociedade, a separação e a diferenciação de trabalho entre homens e mulheres. “Na sociedade em que nós vivemos o trabalho é valorizado a partir de uma hierarquia, onde o homem é o responsável pelo trabalho produtivo e a mulher pelo trabalho reprodutivo”, expõe Viana.

Viana concluiu sua fala mostrando a “invisibilidade do trabalho doméstico” e colocando o Estado como “responsável para acabar com a desigualdade no mercado de trabalho entre homens e mulheres”. Ela coloca a invisibilidade da doméstica como grande desafio para as mulheres, principalmente, “porque elas não se reconhecem como trabalhadoras”. Em relação à atuação do Estado, Raquel acredita que devem ser criados serviços alternativos para integrar, com mais espaço, as mulheres na nas atividades da sociedade.

Encerrando a plenária, Estela Vila Nova, coordenadora técnica da Guayí, apresentou a Economia Solidária – Ecosol, na perspectiva Feminista, como instrumento de quebrar a desigualdade de gênero. Porém, de acordo com Nova, há por parte das mulheres, uma reprodução do discurso machista, já solidificado pelas raízes culturais da sociedade. “Se há pontos positivos na criação dos filhos, geralmente o pai tem participação. Caso os resultados sejam negativos, a mãe é a responsável,” exemplifica Estela.