Por Natasha Pitts, jornalista da Adital

A quadra chuvosa do primeiro semestre deste ano provocou destruição em várias regiões do Brasil. Pernambuco foi um dos Estados que mais sofreu com as enchentes e agora tenta se reestruturar. Com a intenção de apoiar este processo, o Conselho de Economia Popular Solidária está reunindo seus membros e parceiros para desenvolver ações de reconstrução de Empreendimentos solidários atingidos.

No último dia 12, Conselheiros e convidados da Cáritas Brasileira, Grupo de Ação de Economia Solidária de Camaragibe – Gaesc, Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Pernambuco – SEDSDH, Central Única dos Trabalhadores – CUT, Agência de Desenvolvimento Solidário – ADS, Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP, Casa da Mulher do Nordeste, Cred Cidadania, Secretaria do Planejamento e Gestão de PE, Secretaria Especial de Juventude e Emprego – Seje e Secretaria Especial de Articulação Social (Seas-PE), estiveram reunidos na capital, Recife, com o intuito de planejar ações e apoiar este processo de reconstrução.

Na ocasião, a situação dos municípios foi relatada e as ações já andamento, por parte do Comitê de Crise instituído pelo governo do Estado, foram apresentadas. Após o debate sobre o foco das ações ficou decidido que a meta é reconstruir os empreendimentos econômicos solidários, mas também realizar ações paralelas focadas na sobrevivência das famílias atingidas pelas enchentes.

Durante a reunião, os participantes se dividiram em subcomissões, que já estão se reunindo e desenvolvendo ações específicas para acelerar o processo. De acordo com Felipe Moraes, responsável pela implantação da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), as comissões já estão agindo. Uma das atividades já realizadas foi uma visita feita pela Cáritas a Palmares, o município mais afetado, para fazer contato com as lideranças locais e ter uma dimensão emergencial

Também ficou decido que o Conselho de Economia Popular Solidária e as subcomissões deverão tentar se articular com outros conselhos estaduais, assim como buscar o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária – Senaes. Para que esta secretaria tenha ciência das ações posta em andamento pelo Estado, Conselho e organizações sociais, representantes da Senaes serão chamados a se fazerem presentes na próxima reunião ordinária do Conselho, em 15 de setembro.

Outras propostas foram a implementação do Fundo da EcoSol, mecanismo que consta na Lei de Economia Solidária do Estado, ART.4º; a realização de um evento com lideranças da Mata Sul, zona mais afetada, e parceiros; além da recuperação do contato com as lideranças locais e o planejamento de iniciativas para articulá-las.

“Nossa intenção é promover ações junto ao Comitê de Crise, que foi criado para agilizar o processo de apoio aos afetados pelas enchentes. Nós sabemos que todos os municípios pernambucanos têm empreendimentos solidários, mas precisamos saber quantos e quais empreendimentos foram destruídos. Para isso, estamos nos apropriando das ações e realizando discussões de intervenção do Conselho junto com o Comitê de Crise”, esclareceu Felipe.

De acordo com o representante da incubadora, as subcomissões estão dando seus primeiros passos, se aproximando do Comitê de Crise para obter informações atualizadas e também procurando manter contato com os empreendimentos solidários para concretizar a fase de ajuda e reconstrução.

Contexto

Durante o mês de junho, 49 cidades de PE foram atingidas por enchentes, tendo sido Palmares a que sofreu mais intensamente com as chuvas. Os resultados das contínuas precipitações foram mais de 12 mil pessoas desabrigadas e cerca de oito mil pessoas desalojadas. Também foram registradas mortes durante este período.