ao Leblon e ao Jardim Botânico

Sucesso de público e crítica no Bairro Peixoto, em Copacabana, e na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas chega esta semana ao Leblon e ao Jardim Botânico. A partir de 2 de setembro, os moradores do Leblon compraram alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos, diretamente do produtor. Afeira acontece todas as quintas-feiras, na Praça Antero de Quental, de 8h às 14h.

Aos sábados, a partir de 4 de setembro, o Circuito Carioca passou a funcionar também no Jardim Botânico, na praça da Igreja São José, na Lagoa, em frente ao Colégio de Aplicação da UFRJ, também de 8h às 14h.

Realizado pela Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro – ABIO, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – SEDES, o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas reúne 41 produtores fluminenses, dos quais oito atuam como empreendedores individuais e 33 em grupos de economia solidária, Juntos, eles oferecem 75 diferentes frutas e hortaliças, além de café, ovos, queijos pães, bolos, compotas, geléias e mel, tudo fresquinho, produzido sem adubos químicos e sem conservantes. O meio ambiente agradece.

Inaugurado em maio deste ano, o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas implantou um novo padrão de comércio na cidade, com feiras intencionalmente pequenas, de até 35 barracas, silenciosas, bem sinalizadas, e com feirantes uniformizados. Nelas não há espaço para ambulantes e não se vende peixes nem carnes in natura. O ambiente é limpo, apoiado por banheiros químicos, e os preços, sempre visíveis, são cerca de 35% inferiores aos dos orgânicos à venda nos supermercados.

– O Circuito Carioca de Feiras Orgânicas nasce do diálogo da Prefeitura com a sociedade. O calendário de inaugurações vem sendo construído por nós e a ABIO com cada uma das associações de moradores dos bairros, e com o apoio da Subprefeitura da Zona Sul e das RAs. É fruto de uma política pública destinada a atender o direito humano à alimentação adequada e a fomentar a produção – comenta o secretário Marcelo Henrique da Costa, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio.

Balancete

Neste primeiro trimestre de funcionamento, as feiras do Bairro Peixoto e de Ipanema movimentaram R$ 70 mil por mês, o que representa, em média, uma receita mensal bruta de pouco mais de R$ 1.500,00 para cada um dos 41 produtores participantes. O frete ainda é o principal vilão do negócio. Dependendo da distância entre campo e cidade, abocanha de 20% a 50% da féria dos agricultores.

Sensíveis ao problema, para reduzir o impacto do alto custo do transporte, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário e a ABIO alteraram o desenho inicial do Circuito Carioca, de modo a permitir que os produtores, a cada deslocamento, possam escoar seus produtos em mais de uma feira. Assim, não só o agricultor compensa o alto custo do transporte no aumento das vendas, como não precisa se afastar por mais de um dia da área de produção.

– A maioria dos produtores, diretamente ou através de seus grupos, vai participar de três feiras por semana – informa Cristina Ribeiro, coordenadora da ABIO, que registra, ainda, um aumento significativo das áreas cultivadas, em função da nova oportunidade de escoamento da produção.

O Circuito Carioca de Feiras Orgânicas trouxe também para os agricultores o desafio de acordar preços justos, formados com base nos custos de produção e comercialização. Nesta direção, a ABIO estabeleceu um novo ordenamento de preços mínimos e máximos, já pactuados para 12 dos 75 itens de frutas e hortaliças à venda nas feiras orgânicas (veja tabela). Ganha o produtor e ganha o consumidor, que agora tem também a facilidade de poder pagar suas compras com cartões de crédito ou débito, nas barracas da ABIO.

O Circuito Carioca de Feiras Orgânicas é apoiado pelo Sebrae, a Fundação Banco do Brasil, a San Chef, grife carioca de uniformes, que assina os aventais fabricados em sarja de algodão com 5% de PET em sua composição, e a Tabaruba Design, autora da marca com o símbolo da joaninha, animal que atua na natureza como forte defensivo agrícola. Natural, evidentemente.

ABC-Orgânicos – A agricultura orgânica é uma atividade regulamentada por lei em todo o território nacional. Trata-se de um sistema de manejo que privilegia a ecologia, a biodiversidade e a qualidade da vida humana. Não usa produtos sintéticos e emprega três vezes mais mão-de-obra que a agricultura convencional. Promove segurança alimentar e nutricional, desenvolvimento sustentável, fortalecimento da agricultura familiar e redução do êxodo rural.

Mais informações

Cristina Ribeiro – (21) 3495-2898 – canteiroscbr@hotmail.com