IV Feira de Economia Solidária
Por Jaime Conrado de Oliveira*
No período de 2 a 4 de agosto do corrente ano aconteceu na cidade de Codó a IV Feira Regional da Economia Solidária da Região dos Cocais, organizada pelo Fundo de Desenvolvimento e Fomento de Economia Solidaria de Codó e Região. Na ocasião foram expostos produtos da agricultura familiar, do extrativismo, culinária (comidas típicas) e do artesanato local.
Participaram enquanto parceiros do evento a Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Prefeitura Municipal de Codó, Transbarro, Auto Posto Rio Novo e Ultramed.O evento contou com a participação de grupos produtivos da região (agricultura familiar, assentamentos rurais, grupos de artesanatos e comidas típicas) que expuseram farinha de mandioca, tapioca, bolos, galinhas caipiras, brinquedos, livros e confecções, dentre outros produtos. A feira contou também com a participação de outros grupos produtivos filiados à Rede Mandioca, vindos de outros municípios maranhenses, como Barra do Corda e Vargem Grande, localizadas nas regiões Central e Itapecuru, respectivamente.
As noites foram animadas por grupos culturais populares de Codó, que apresentaram um rico trabalho de pesquisa cultural através da dança e da dramatização, materializados na quadrilha junina, na representação do cangaço nordestino e no bumba meu boi, além de outras manifestações populares do Maranhão.
A IV Feira de Economia Solidária não foi apenas um espaço de comercialização dos produtos: foi também um espaço de formação e capacitação de lideranças e agentes comunitários que participaram dos seminários sobre os conceitos e princípios da Economia Solidária, ocorridos durante a programação, como o aprofundamento do debate sobre economia de mercado e suas consequências para os pequenos grupos produtivos da região dos Cocais. Na condição de assessor de desenvolvimento solidário sustentável territorial da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, pude ajudar na reflexão de diversas temáticas em formação e capacitação junto ao público presente.
Conforme informações da equipe de coordenação da feira, estavam disponíveis aproximadamente R$ 14.600,00 em produtos da agricultura familiar, artesanato, extrativista e comidas típicas de todos os grupos que estavam expondo. Durante os três dias de comercialização foram negociados cerca de R$ 8.200,00, um aumento significativo em relação às edições anteriores da feira.
Durante o período de realização da feira foi observada uma grande movimentação de pessoas nas barracas buscando informações sobres os produtos: como são produzidos, se são utilizados fogo ou produtos químicos, etc. Circularam na feira cerca de 2.100 pessoas interessadas sobre os produtos da economia solidária e nesse novo jeito de fazer economia.
As iniciativas de criar espaços de comercialização dos produtos da Economia Solidária no Maranhão e no Brasil vêm tendo bastante aceitação da população, uma vez que se reconstroem os espaços populares de comercialização. Por outro lado, a relação entre quem produz e quem consome cria uma cumplicidade direta e verdadeira dentro do processo produtivo, fortalecendo mais ainda a prática do comércio justo e solidário, sem a intermediação de grupos ou pessoas indesejáveis – atravessadores – a essa nova forma de fazer economia.
Jaime Conrado de Oliveira é assessor de desenvolvimento solidário sustentável territorial da Cáritas Brasileira Regional Maranhão. Escreve no blogue http://www.mandiocadomara.blogspot.com