Por Assessoria de Comunicação do MNCR com Assessoria de Comunicação da Fundação Luterana de Diaconia (FLD)

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Cruz do Sul (RS), no dia 19 de julho, foi aprovado o projeto de lei que autoriza o repasse da Usina Municipal de Reciclagem aos catadores organizados na cidade.

O projeto foi aprovado por unanimidade. Em seus pronunciamentos, os vereadores afirmaram sua importância para a inclusão sócio-econômica dos catadores e a possibilidade de Santa Cruz transformar-se em um modelo na gestão dos resíduos.

A usina, que era administrada por uma empresa privada desde 1998, será gerida pelos catadores. Eles ficarão responsáveis pela operacionalização da usina no que cabe à triagem, classificação e separação dos resíduos recicláveis. A coleta e destinação final continuarão sendo feitas pela mesma empresa que detinha o controle de todo o processo.

De acordo com uma das coordenadoras em Santa Cruz do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Vera Lúcia, um dos principais objetivos da nova administração é aumentar a eficiência do trabalho realizado na usina (que atualmente separa apenas 8% dos resíduos que recebe). Assim, um volume menor de resíduos será encaminhado ao aterro sanitário – diminuindo os impactos ambientais – além de gerar renda para mais pessoas.

“É uma conquista de todas e de todos que vêm lutando em defesa do trabalho e geração de empregos, da preservação da natureza e do bem público”, disse ela. “Estamos muito felizes. Agora temos muito trabalho pela frente. Nossa responsabilidade aumentou, mas não tememos os desafios.”

Os catadores realizam, desde maio, um curso de capacitação – o CATAFORTE -, uma conquista do MNCR (Projeto vai formar catadores na área de autogestão). O projeto, executado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), prevê a formação de 1 mil catadores no Rio Grande do Sul e assistência técnica para associações e cooperativas. O apoio é da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do Ministério de Trabalho e Emprego através da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes).

A FLD é parceira do MNCR/RS há quase 10 anos, com quem já desenvolveu projetos apoiados pela Petrobras e pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS).

Gestão – O plano de gestão para a usina de Santa Cruz está sendo elaborado com o apoio da incubadora tecnológica da Unisc. “Sabemos que vamos enfrentar muitos problemas, talvez até preconceitos, mas estamos dando todo nosso empenho. Vamos afirmar e concretizar a oportunidade que estamos construindo aqui, com o apoio do poder municipal, junto com todos os moradores que acreditam nessa mudança”, conclui Fagner, integrante do MNCR – Região do Vale do Rio Pardo.