por Reginaldo Aguiar, jornalista do Incra
Dezenas de entidades do Distrito Federal, ligadas a movimentos sociais dos mais diversos segmentos, estão organizando o Seminário sobre o Limite de Propriedade de Terra, que foi realizado em Brasília
O objetivo do evento foi reunir mais pessoas e entidades para a realização, no Distrito Federal e entorno, do “Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra”, que será realizado em todo o Brasil, no período de 1º a 7 de setembro. Diversas atividades vêm sendo realizadas a nível local, regional e nacional desde maio deste ano para envolver e mobilizar a sociedade para esta ação.
Durante o Seminário em Brasília foram realizados debate sobre o limite da propriedade, oficina sobre trabalho de base, foi repassado orientações para a organização do Plebiscito, além de outras atividades que definiram as estratégias de mobilização e a logística de cada comitê popular. Esses comitês terão autonomia para realizarem suas próprias oficinas locais, mobilizações, comunicações, bem como a quantidade de urnas de recepção dos votos, entre outras atividades que considerem interessantes administrarem de forma local.
Os participantes do seminário vão receber material impresso e de multimídia para que possam contribuir individualmente ou criarem comitês em suas residências, ruas movimentadas, escolas do bairro, sindicatos, igrejas e centros religiosos, praças, etc.
O plebiscito pretende envolver lideranças populares de todos os setores organizados do campo e da cidade para debater a necessidade de uma nova visão para o campo e a necessidade de uma Reforma Agrária digna, promotora da sustentabilidade, fortalecimento social e da riqueza da agricultura familiar.
O Brasil é o segundo país com maior concentração de terra do mundo, o que significa concentração do poder político e social. O campo e a cidade vivem esta realidade de exclusão a que estão submetidos. Exemplo disso é que a concentração de terra nas mãos de poucos gera pobreza, pois apenas duas pessoas são empregadas pelo agronegócio a cada 100 hectares. No entanto, 15 pessoas trabalham em uma área de 100 hectares quando ela é administrada de forma familiar. Os dados são do Censo Agropecuário do IBGE, de 2009.