Por Secretaria Executiva do FBES

Organizado pela Cáritas Brasileira, articuladora nacional do projeto Brasil Local, o Seminário contou com a participação do FBES, Secretaria Nacional de Economia Solidaria e diversos participantes do projeto, na 4a edição.

Roberto Marinho, representante da Senaes, trouxe um histórico do Brasil Local, retomando o início do projeto, em 2003, e pontuou os objetivos de atuar com o desenvolvimento local, dinamizando a economia e o território, mobilizando atores e sujeitos diversos.

O projeto passou por 4 fases, e progressivamente aumentou a contratação dos agentes que desenvolvem o projeto, de 70 para 272. Atualmente conta com 500 agentes.

Segundo a SENAES, o projeto passou por uma avaliação, que permitiu identificar suas falhas estruturais. Avaliações estas que já haviam sido apontadas pelos diversos atores envolvidos no projeto. Nesta revisão do Brasil Local, destacam-se três pontos: o isolamento do projeto, devido a pouca integração nos territórios e dos/das agentes locais com o trabalho, isso porque o projeto não estava dentro de um conjunto de ações congregadas, como por exemplo, ligadas a áreas de infra-estrutura, comercialização, finanças, etc; baixo controle social e poucos mecanismos previstos para a realização deste controle; centralização burocrática, segundo Roberto, o projeto foi executado pela UNB, que por sua vez contratou uma fundação em Brasília para administrar o projeto e contratar os agentes e as coordenações. Esta centralização fragilizou o programa, gerando problemas para o pagamento das pessoas, entre outros.

O representante da SENAES colocou para os/as participantes que ao fazer esta auto-crítica, buscou-se redesenhar o projeto, criando alternativas para descentralizá-lo por região e por modalidade (feminista e etnodesenvovimento), sendo que não foi possível incluir a modalidade povos indígenas por falta de recursos.

Daniel Tygel, da secretaria executiva do FBES, colocou que o projeto precisa contribuir para a integração entre os programas, e colocou a importância de haver um coletivo que legitime o trabalho dos agentes nos territórios e em suas articulações, com a sociedade civil garantindo sua participação neste processo.

Dentre as discussões realizadas no seminário, esteve o debate sobre o motivo do programa se manter nos mesmos territórios e regiões. Segundo Roberto, isso foi uma decisão política da SENAES, de garantir a continuidade nos espaços de experiência inicial do projeto, levando em conta os critérios de famílias inscritas em programas de transferência de renda e no SIES (Sistema de Informações da Economia Solidária). Outra informação importante que trouxe a SENAES é que neste ano de 2010 pretendem lançar mais 3 editais para terminar de executar o orçamento previsto.

Ao final, ficou consensuado entre as pessoas presentes no seminário, que o projeto deve potencializar os diversos programas já em andamento, como CFES, Pronasci e fundos solidários, por exemplo.