Fonte: Adital

A Conferência está reunindo em Tiquipaya cerca de 20 mil participantes

Nesta terça-feira (20), foi aberta oficialmente a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mão Terra, na Bolívia. A primeira cerimônia, carregada de simbolismos, teve a participação de sacerdotes e de representantes de povos indígenas dos cinco continentes. Na ocasião, foi pedida permissão ao ‘Pai Cosmos’ e à ‘Mãe Terra’, para que pudessem ser tomadas decisões em consenso pela defesa da natureza e da humanidade.

O assunto central da cerimônia de abertura foi a necessidade de criação de um instrumento mundial que defenda os direitos da Mãe Terra de todos os atos criminosos e destruidores que a estão prejudicando de modo irreversível.

De acordo com a Agência Bolivariana de Informações (ABI), em sua intervenção, a representante da Índia afirmou que a população de seu país e da Ásia tomaram como exemplo as atitudes de Evo Morales em defesa da Mãe Terra “para fortalecer dos povos da Ásia”. Nima Basey, da África, também afirmou que os povos de seu continente se sentem inspirados por povos que lutam pela justiça e pela natureza.

Na oportunidade, Willy Meir, deputado da esquerda, representante da Espanha, reforçou que a Conferência dos Povos só está acontecendo porque a Conferência de Copenhague fracassou e culpou os países desenvolvidos por terem colocado a situação do clima em um “beco sem saída”.

O ato de abertura foi encerrado com as palavras de Evo Morales. Na oportunidade, o presidente criticou o capitalismo e culpou o sistema pelos prejuízos causados à natureza. “Aqui o inimigo central da Mãe Terra é o sistema capitalista (…) a causa da destruição do planeta Terra é o capitalismo”, afirmou Evo.

O presidente finalizou o evento de abertura pedindo aos líderes mundiais que se reunirão em novembro, no México, para a conferência do clima das Nações Unidas, que “levem em conta” e “respeitem” as decisões tomadas durante a I Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra.

Estiveram presentes na abertura da Conferência dos Povos personalidades como Miguel Palacín, coordenador geral da Central Andina de Organizações Indígenas (Caoi), o prêmio Nobel Adolfo Pérez Esquivel e Marco Arana, líder do Movimento Terra e Liberdade e candidato à presidência do Peru. Os presidentes do Paraguai, Venezuela, Equador e Nicarágua, mesmo havendo confirmado presença, não participaram da abertura oficial.

Mesmo as decisões saídas da Conferência dos Povos não sendo vinculantes serão discutidos o projeto de declaração dos Direitos da Mãe Terra, o referendo mundial dos povos sobre as mudanças climáticas, será criado um plano de ação para avançar na construção do Tribunal de Justiça Climática e definidas estratégias de ação para defender a vida e a Mãe Terra frente as mudanças no clima.

A Conferência está reunindo em Tiquipaya cerca de 20 mil participantes.

Para acompanhar a Conferência ao vivo, acesse: http://envivo.cmpcc.org.bo/.

Com informações da ABI