Por Daiani Ferrari*(daianif@yahoo.com.br)

Um espaço de reafirmação, assim foi definido o 1º Fórum Social e 1ª Feira Mundial de Economia Solidária, que teve sua abertura oficial, depois da realização da Marcha Mundial pela Paz e Justiça Social, com saída do Santuário da Medianeira. Uma mística organizada pelo Levante da Juventude e o Fórum Brasileiro de Economia Solidária antecedeu a cerimônia de abertura, que levou ao palco autoridades da cidade, organizadores e patrocinadores dos eventos.

A partir de números parciais, presentes no Fórum até o domingo serão 28 países e mais de 600 empreendimentos comercializando e expondo seus produtos, frutos de uma longa caminhada dentro do movimento da economia solidária, mostrando a evolução desse processo. Segundo o diretor de fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, Dione Manetti, a economia solidária é um processo que há muito tempo existe no país, mas que necessita do comprometimento do poder público para avançar. “Nós precisamos de uma base legal para avançar, pois a falta desse respaldo, muitas vezes, limita o desenvolvimento da economia solidária”, salientou.

Manetti também frisou a importância da Senaes, uma demanda do movimento que crescia a cada dia e que era uma solicitação dos protagonistas dessa nova economia. “Com a Secretaria, temos a possibilidade de fortalecer as políticas públicas, gerando renda, com fomento ao trabalho. Ela traz para o Estado brasileiro o que já estava adicionado no âmbito das cidades”, destacou, também comunicando que o 1º Fórum Social de Economia Solidária é um dos eventos mais importantes do mundo sendo desenvolvido sob este tema.

A Irmã Lordes Dill disse que o Fórum que tem Santa Maria como seu primeiro cenário e o Fórum Social Mundial, que em 2010 comemora dez anos, vieram para ficar e são a prova de que uma outra economia já acontece e que as pessoas cada vez mais têm consciência da importância de um outro modelo de gestão. Sobre o caráter coletivo dos eventos de Santa Maria, a Irmã Lourdes assegurou que nenhum dinheiro do mundo seria suficiente para trocar a forma de gestão da economia solidária em Santa Maria. “Pode colocar um caminhão de dinheiro na nossa frente, a Feira vai continuar sendo feita de forma coletiva, auto-organizada e voluntária”.

Durante a cerimônia foi falado sobre um dos motivadores dos eventos em janeiro, o cancelamento da Feira de Economia Solidária, em julho de 2009, em virtude de uma possível epidemia de Gripe H1N1, visto que muitos visitantes do Brasil e países da América Latina estariam aqui. “Nossa resposta é a organização desse evento, mostrando que a economia solidária não está só no papel, nem mesmo em uma lei. Só queremos a lei para reconhecimento coletivo, para o reconhecimento de um trabalho digno e solidário”, disse Rosana Pontes, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Para encerrar, o prefeito de Santa Maria Cézar Schirmer reconheceu a grandiosidade do Fórum e Feira de Economia Solidária dizendo que os eventos abriram as portas e as janelas do mundo para a cidade, mostrando a “verdadeira economia do século”. “Esse é nosso compromisso com a idéia que hoje é uma realiade”, definiu o prefeito.

Histórico do FSM e jovens reunidos

Durante a abertura do 1º Fórum Social e 1ª Feira Mundial de Economia Solidária, foi realizada uma mística, que mostrou a importância do cuidado com o meio ambiente e fez um histórico do Fórum Social Mundial, com a evolução da economia solidária dentro desse processo. Todo o trabalho foi coordenado pelos jovens do Levante da Juventude.

Ainda foi feito um momento de silêncio em homenagem às vítimas do Haiti, país que ainda sofre com as conseqüências de um terremoto ocorrido recentemente. Uma caixa passará por todas as atividades do Fórum e Feira para arrecadar doações para aquele povo. Ao final dos eventos, será feita a contagem do valor arrecadado e o dinheiro será depositado em conta bancária destinada à causa.

Ainda participaram da abertura do Fórum Social e Feira Mundial de Economia Solidária Terezinha Rosalin, representante dos empreendimentos urbanos e rurais, Jorge Pozzobon, coordenador da equipe de organização da prefeitura de Santa Maria, Valdeci Oliveira, ex-prefeito de Santa Maria e participante de todas as feiras do Cooperativismo da cidade, Ademar Bertucci, da Cáritas brasileira, Valéria Vidal, do SEBRAE, um dos patrocinadores dos eventos, Helen Cabral, representando a Câmara dos Vereadores, Carlos Amorim, uruguaio da Rede Mundial de Economia Solidária, Ivar Pavan, presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e Antônio Gringo, que depois da abertura do Fórum recebeu a medalha Mérito Farroupilha da AL.

Daiani Ferrari Jornalista – MTB 13.509 Contato: (55) 9159.7375