Fonte: Fórum de Economia Solidaria da Paraiba

O Banco Comunitário Beira Rio, instalado na comunidade São José, em João Pessoa, realizou o lançamento de uma linha de crédito voltada aos empreendedores da localidade. Trata-se da linha de crédito ‘ PROCRED ‘ que fará empréstimos de R$ 50 a R$ 1 mil – com prazo de até 10 meses e juros de 0,9% ao mês – graças a uma parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável da Produção de João Pessoa (Sedesp).

No lançamento da linha de crédito, que aconteceu nesta quinta-feira às 15h30, foram liberados R$ 8.200,00 em empréstimos, beneficiando oito moradores da comunidade. Entre eles estão 01 costureira, 03 escolas de bairro, 01 mercearia 01 loja de fotografia e 01 reforço escolar. A cerimônia foi realizada na sede do banco comunitário, localizada na Rua Edmundo Filho (em frente à igreja católica do bairro).

Além desta iniciativa, desde 2006, foram realizadas as seguintes atividades no Banco Beira Rio: mapeamento do consumo local (01); Brechó Solidário (01); agência bancária do Banco Popular do Brasil (01, via parceria do Banco Palmas, no Ceará). Desde o final de 2008, o BBR tem buscado recursos junto à prefeitura municipal de João Pessoa para a implantação desta linha, mas só agora teve autorização para liberar os empréstimos. Ainda em 2009, foram iniciados o mapeamento da produção local (em parceria com a Universidade Mauricio de Nassau) e a implantação do Banco Popular do Brasil (desta vez, através de um Gestor local).

A previsão é que, até fevereiro de 2010, R$ 60.000,00 sejam liberados, beneficiando mais de 50 pequenos comerciantes locais.

Além disso, até esta data, deve começar a circular no bairro o “Ribeirinho”, uma moeda social criada para estimular a economia da comunidade. “Fizemos pesquisas e confirmamos que os moradores compram mais no bairro de Manaíra, que fica ao lado, em shoppings e grandes redes de supermercado. E pagam mais caro por isso”, explica o coordenador do projeto, Jonathan Dário da Silva. Os novos empreendimentos que tomarão novos empréstimos (em 2010) assinarão um contrato de aceitação da moeda social (o ribeirinho) para se iniciar a rede de produção e consumo planejada.

De acordo com ele, aproximadamente 60% dos pequenos negócios cadastrados pelo Banco Beira Rio já concordaram em aceitar o ‘ Ribeirinho ‘. Entre eles estão salões de beleza, mercados e mercearias. Com a moeda social, o consumidor terá direito a desconto de, no mínimo, 5%.

Jonathan Dário explica que o sistema de moedas social começou no Brasil a partir da experiência do Banco Palmas, na comunidade da Palmeira, em Fortaleza, no Ceará. Assim como na comunidade São José, os moradores também compravam mais fora do que dentro do próprio bairro. Depois de 10 anos do início do projeto, o Banco Palmas movimenta aproximadamente R$ 200 mil por mês. “Explicamos aos comerciantes que essa é uma forma de fazer o dinheiro circular dentro do bairro, de estimular a economia local”, explica o coordenador do projeto no São José.