Fonte: Imprensa Caravana Solidária Goiás
“Nós somos responsáveis pela vida, pela produção da vida. E com essa cultura machista… Nós avançamos muito, mas esquecemos da saúde. Não fazemos checagem. E aí eu pergunto, será que compensa trabalhar tanto? Tem umas mulheres aqui que fazem tapete que só dormem meia hora. Temos que pensar na qualidade de vida”, alertou Teresinha Barbosa, doutora em Ciências da Educação, da Universidade de Rio Verde/Região Sudoeste, durante a palestra “A saúde e o trabalho das mulheres na economia solidária”. A palestra aconteceu no terceiro dia da IV Feira Estadual em Rede de Economia Solidária e Agricultura Familiar de Goiás.
Durante pesquisa realizada com 50 mulheres que estão no mercado de trabalho em Goiás, Teresinha Barbosa constatou que 90% destas mulheres são separadas. “Às vezes o trabalho tira o sentimentalismo da mulher e não pode e nem deve ser assim. O meu objetivo durante a palestra foi exatamente fazer este resgate do ser mulher e desse sentimentalismo que todos devemos ter”, explicou.
Ela alertou, ainda, que a mulher que faz parte da economia solidária tem uma luta maior, “porque no período das atividades aumenta seu trabalho sendo que, na realidade, acumulamos as tarefas”. E apresentou alguns dados do IBGE e IPEA que demonstram que, apesar das mulheres brasileiras possuírem escolaridade mais elevada que os homens, ainda ganham menos, demoram mais para serem promovidas, sofrem mais com assédio moral e sexual, saem mais tarde do trabalho, especialmente as negras; têm menos garantias e benefícios; entre outros. Estas e outras informações constam de folheto distribuído às participantes.