Fonte: Imprensa Caravana Solidária Goiás

“Foi um balde de água fria na gente. Nós viemos de Iporá de uma feira bem sucedida e esperávamos algo maior porque é a capital, né?”. A opinião de Helenice Silva, de Iporá, Região Oeste de Goiás, reflete a dos outros empreendimentos que participaram da IV Feira Estadual em Rede de Economia Solidária e Agricultura Familiar de Goiás. A falta do apoio prometido pelos poderes público Municipal e Estadual prejudicou a realização da feira, momento que deveria ser de comercialização e troca de experiências e informações entre os 75 empreendimentos da Economia Solidária de 17 municípios de Goiás e do Distrito Federal que estiveram em Goiânia entre os dias 15 e 18 de dezembro.

Na manhã do último dia, 18 de dezembro, os empreendimentos e coordenação do Fórum Goiano de Economia Solidária realizaram uma reunião de avaliação, onde o saldo positivo foi a troca de informações e experiências realizadas durante os dias da Feira Estadual. Para Joana D’arc, da coordenação da IV Feira Estadual em Rede de Economia Solidária e Agricultura Familiar de Goiás e do FGES, a falta de comunicação e divulgação, causada pelo atraso na entrega do material como folders e cartazes, foi “um dos motivos para a feira não ter funcionado como as outras já realizadas”.

Apesar da frustração e decepção de muitos empreendimentos com a falta de público e a baixa comercialização, um dos objetivos da Feira Estadual de Economia Solidária, a troca de experiências e informações foi o ponto alto da feira. “É um exercício de vontade, apesar de tudo o que enfrentamos como falta de estrutura e público, saímos daqui com mais vontade de conseguir que a próxima seja muito melhor”, comentou Helenice Silva, de Iporá. Esta opinião também é compartilhada pelos outros empreendimentos. “Nós temos o direito de fazer o nosso trabalho associado e devemos realizar o nosso projeto de comercialização sem contar com o apoio do poder público, que este ano nos deixou na mão”, avaliou Odília Rogado, articuladora da IV Feira Estadual de Economia Solidária de Goiás e da coordenação do FGES.

Oficinas e seminários programados para acontecer durante a IV Feira Estadual em Rede de Economia Solidária e Agricultura Familiar de Goiás realizada na Praça do trabalhador, não foram realizados em função da falta de estrutura, que ocorreu já no primeiro dia, 15 de dezembro, quando deveria acontecer a abertura oficial e o pré-lançamento da Campanha Nacional pelo Consumo Responsável e do Selo da Economia Solidária com a presença de empreendimentos de vários estados brasileiros e da coordenação do Fórum Brasileiro de Economia Solidária. “Considerando que estamos na capital, viajar 430 quilômetros e não ter quem comprar nossos produtos foi uma decepção. Mas na nossa cidade a feira funcionou, foi ótima”, comentou Hélia Maria, de Porangatu. Foram realizadas em novembro três feiras microrregionais em Goiás: Iporá, Pirenópolis e Porangatu. As feiras nos três municípios foram positivas e bem organizadas. “Nas feiras microrregionais nós fizemos um mapeamento dos pontos fixos e marcas da economia solidária e devemos divulgar no início de janeiro”, adiantou Odília Rogado, articuladora da IV Feira Estadual de Economia Solidária e da coordenação do FGES.