Fonte: Adital (www.adital.com.br)

A Frente Nacional contra o Golpe de Estado em Honduras convocou uma greve de fome de caráter mundial, apenas “com líquidos nutritivos”, para amanhã (15), dia em que Honduras se tornou independente da Espanha, em 1821. O objetivo do ato é demonstrar o apoio da comunidade internacional aos hondurenhos que não aceitam a deposição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho. A greve ainda poderá ocorrer em outro dia desta semana e nas próximas.

Em um cobertor ou cartolina, os dizeres: “Greve por Honduras”. A sugestão da frente é de que os manifestantes espalhados pelo mundo se mantenham, durante a terça-feira, apenas com sucos de frutas e verduras. “Nada muito difícil”.

Caso a greve seja mantida, os organizadores propõem que os grevistas passem a se alimentar com sais mineralizados. Em seguida, os grupos espalhados por todo o mundo deverão decidir se passam a beber apenas água.

“Cada grevista, mulher ou homem, sem distinções, poderá eleger sua maneira de fazer greve de fome e o tempo que considere pertinente fazê-lo”, pondera. Mais adiante, em comunicação permanente, os grevistas de todo o mundo decidirão se mantêm a manifestação por tempo indeterminado.

“Desejaríamos que fosse em frente à Igreja Católica”, pede em nota a frente, que congrega os maiores movimentos e entidades civis de Honduras. Trata-se de um protesto contra a instituição religiosa, “representante dos interesses da oligarquia”.

O grupo ainda denuncia a forma como, há anos, o cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga tem tratado o povo hondurenho e “atropelado nossos irmãos sacerdotes”, os padres Andrés Tamayo e Fausto Milla. O cardeal garante que não apoia o golpe de Estado, mas é contrário ao retorno de Zelaya.

A solidariedade ao povo hondurenho vem sendo demonstrada pelas missões internacionais que visitam o país e pelos embargos políticos e financeiros de várias nações que repudiam o golpe de Estado e o governo provisório de Roberto Micheletti.

Desde 28 de junho, a resistência popular e pacífica da população hondurenha tem enfrentado “repressão e assassinatos, desaparecimentos, pessoas gravemente feridas, censura à imprensa, perseguição, falsas acusações e instabilidade generalizada, causando graves danos à cultura, saúde e economia do povo”.

O grupo pediu que os interessados em aderir à greve de fome enviem confirmação para huracana2002@yahoo.com, com cópia para hondurasayuno@gmail.com.