Fonte: A Razão

“Como avisar as pessoas que já haviam saído de suas cidades em direção a Santa Maria?” A pergunta é da irmã Lourdes Dill, organizadora dos eventos de economia solidária, previstos para começar hoje. A dúvida se repete desde o final da manhã da última quarta-feira, quando a Justiça cancelou os eventos.

Conforme a religiosa, “não foi possível avisar a todos”. Caravanas vindas de diversos estados do país, como Minas Gerais, Pará, Acre, Tocantins, Paraná e Distrito Federal, começariam a chegar na noite de ontem ao município. “Muitos saíram antes mesmo de quarta-feira, porque levam quatro a cinco dias para chegar”, explica a irmã. A maioria será alojada em locais como Seminário São José, Legião de Maria e Centro Marista de Eventos (Cerrito). Outros ficarão em acampamento no Campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Camobi.

A recepção aos participantes, que iniciou ainda na noite de ontem, com comitiva do Rio de Janeiro, deve seguir hoje. “Assim como nós, eles se preparam um ano inteiro para o evento. Vamos acolher e tratar essas pessoas da melhor forma possível”, afirma a organizadora. Eles devem permanecer na cidade até domingo.

Isso porquê, mesmo com o cancelamento da 16ª Feira do Cooperativismo e 5ª Feira da Economia Solidária do Mercosul algumas atividades serão mantidas (veja quadro). Entre elas, a 5ª Marcha pela Paz. O Centro de Referência da Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, na rua Heitor Campos, será o ponto de partida da caminhada, que ocorre hoje, às 14h30.

Os participantes vão visitar o túmulo do Bispo Emérito de Santa Maria e idealizador da feira, que fica na Basílica da Medianeira. Depois, seguirão até o centro da cidade onde será realizada uma mística e outras atividades. Até a noite de ontem, o local ainda não havia sido definido. A Praça Saldanha Marinho e o Calçadão Salvador Isaía não poderiam ser ocupados porque outro evento já estava agendado para os locais.

Durante o percurso, os caminhantes devem usar fitas pretas nos braços, em sinal de protesto. Na frente do Centro de Referência foram colocadas faixas e laços pretos. “É um luto silencioso, mas que demonstra nossa indignação. Produz consciência para cidadania”, declara irmã Lourdes.

Questionário – A Secretaria de Saúde do Município encaminhou, ontem, aos organizadores da feira, uma Ficha de Investigação de Influenza A (H1N1) – espécie de questionário – distribuída pelo Ministério da Saúde. Ela deve ser preenchida por todos os participantes do evento. Nela devem constar, além dos dados pessoais, informações sobre contato com casos suspeitos de Gripe A e identificação do tipo de transporte que utilizaram no deslocamento. Trezentas cópias foram feitas.

Recurso – O advogado que representa a organização da feira, o Banco da Esperança (Projeto Esperança/Cooesperança) e Mitra Diocesana, Sérgio Blattes, foi, pessoalmente, a Porto Alegre ontem. Ele encaminhou recurso ao Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) para tentar reverter a decisão da Justiça de Santa Maria que cancelou o evento.

Programação mantida

9 de julho (quinta-feira)

– recepção e ‘acolhimento’ aos visitantes que chegaram nas caravanas

– janta

– encaminhamento aos alojamentos (Seminário São José, Legião de Maria e Centro de Eventos Marista – Cerrito)

10 de julho (sexta-feira)

– 14h30 – marcha até o túmulo de Dom Ivo Lorscheiter e depois ao centro da cidade

– atividades e mística na Praça Saldanha Marinho ou Calçadão Salvador Isaía

11 de julho (sábado)

– manhã – orientação as pessoas que forem ao Centro de Referência, já que a feira foi cancelada

– manhã e tarde – visita com os grupos nas propriedades rurais onde moram e trabalham os produtores que participam do Projeto Esperança/Cooesperança

– manhã e tarde – oficinas e seminários no Centro de Referência e no Seminário São José

12 de julho (domingo)

– 10h – missa aberta à comunidade, no pátio do Centro de Referência

– 12h – almoço

– à tarde – mutirão de limpeza do Centro

– mística de despedida dos grupos