Fonte: Angela M. Schwengber (angelams@dieese.org.br)

O DIEESE e o Instituto Lidas desenvolveram um sistema de georreferenciamento de informações sobre o mercado de trabalho formal do município de São Paulo. Produto do Observatório do Mercado de Trabalho, parceira do DIEESE com o governo da cidade São Paulo, o sistema foi criado para a prefeitura do município.

O sistema foi construído a partir das informações das bases de dados do Ministério do Trabalho e Emprego: RAIS (Registro Anual de Informações Sociais), Seguro-desemprego, Qualificação Profissional, Primeiro Emprego, Economia Solidária, além do Censo Demográfico de 2000.

É uma ferramenta de auxilio à gestão pública que oferece observações sobre o mercado de trabalho no menor nível de desagregação (96 Distritos) e permite, sobretudo:

Compreender as especificidades de cada distrito, a comparabilidade entre distritos e a relação com o município;

Subsidiar as decisões sobre as políticas públicas (por exemplo, microcrédito, qualificação, juventude, infra-estrutura urbana, reestruturação produtiva, entre outros) que possam diminuir assimetrias e fortalecer vocações nas regiões do município;

Identificar as desigualdades de emprego e renda entre os Distritos da cidade de acordo com sua localização geográfica;

Estruturar uma base de dados que permita acompanhar a evolução histórica dos indicadores do mercado de trabalho paulistano;

Aprofundar a análise sobre o fluxo dos trabalhadores na cidade (lugar de morar e lugar de trabalhar);

Dar publicidade às informações para fortalecer o diálogo social acerca das políticas que possam melhorar as condições de inserção social pelo trabalho e ampliação da renda.

Alguns destaques que o sistema de georreferenciamento permite afirmar sobre o mercado de trabalho paulistano:

Em 2006 o município de São Paulo empregou 11% do conjunto de trabalhadores com carteira assinada do Brasil e 38% do Estado de SP.

O município de São Paulo tinha, em 2006, 3.907.626 trabalhadores com carteira assinada.

15 distritos têm número de empregados com carteira assinada maior que a população residente (destaque para Sé, Bom Retiro e Barra Funda).

10 distritos concentram 39% do emprego formal do município.

Em contraponto, 10 distritos com menor participação empregam 1% dos trabalhadores com carteira de trabalho no município.

Os 10 distritos com maior participação concentram 54% da massa total de salários, enquanto os 10 distritos com menor concentração não atingem 1% dos salários.

O rendimento médio do emprego formal no município é de R$1.203,90; a maior média salarial é R$ 3.149,72, no distrito do Itaim Bibi; e a menor média salarial é de R$ 691,58, no Distrito de Lajeado.

Apenas em seis distritos as mulheres ganham mais que os homens.

Os jovens representam 35,3% do emprego formal no município.

Dos empregados da Sé, com carteira assinada, 33% têm ensino superior completo.

Em contraponto, dos empregados com carteira assinada no distrito de Parelheiros, 38% têm ensino fundamental incompleto.

O distrito com maior número de requerimentos do seguro-desemprego em 2007 foi Grajaú, com 13.763 trabalhadores requerentes.

O sistema de georreferenciamento, além de ter muitos outros indicadores sobre o mercado de trabalho formal, permite extrair informações sobre o número de trabalhadores qualificados, de jovens participantes do Primeiro Emprego e empreendimentos da economia solidária.

O sistema de georreferenciamento cria um canal de comunicação entre a população e a gestão municipal e pode contribuir para melhor definição de políticas públicas de emprego, trabalho e renda.

Conheça o sistema: www.dieese.org.br/observatoriosp.html