Relato de Débora Nunes

Tive hoje um breve encontro com pessoas da ES aqui da Bahia, principalmente empreendimentos, onde contei impressões pessoais sobre o 4o Encontro Globalização da Solidariedade. Chegamos à conclusão que seria legal se houvesse esses relatos despreocupados sobre o que foi esta experiência, para compartilhar com todos e assim trazer um pouco daquela atmosfera.

Em primeiro lugar, tudo se passa em Luxemburgo como aqui em termos de espaço físico do evento: uma grande tenda branca armada na praça e eventos também na sede de entidades culturais. Tudo muito simples também em termos de alimentação: uma grande tenda onde comíamos juntos coisas simples, próximo à pequenas barracas (poucas) de empreendimentos, livraria, instituições.

O evento começou com uma apresentação dos presentes dizendo de onde vinham: a gente via assim que uma parte significativa dos países do mundo estava lá, o que á era uma alegria na chegada. A fala do nosso querido secretário Paul Singer foi outra alegria, sereno, altivo, penetrante, como sempre: foi aplaudido como uma referência mundial (que ele é de fato). É verdade que Singer é uma referência, tanto quanto nosso país. Estive nos ateliers de formação e de moedas sociais e em ambos a experiência brasileira é citada e respeitada na sua diversidade.

Durante três dias tivemos sempre duas oficinas pela manhã (um dia apresentação de experiências, outro dia discussão e no último dia propostas) e atividades maiores à tarde. à noite algumas atividades culturais. Houve também visitas à empreendimentos locais.

A gente percebe que os empreendimentos dos países ricos (pelos relatos e visitas) de modo geral têm muito apoio estatal e um grau de autonomia as vezes muito pequeno. Tão diferente da maioria dos nossos EES, aguerridos, pobres e …autônomos!. De todo modo, lá, como aqui, o que vale é identificar o que nos une e não o que nos separa e creio que o discurso comum é: “uma economia em que o centro seja o ser humano e não o capital”: aí cabemos todos e todas.

Teria muito pra contar, mas pra não cansar vocês e a mim, vou finalizar lembrando de algo que dificulta em muito a comunicação: a língua. Em Luxemburgo havia uma babel, mas a língua mais falada provavelmente foi o frânces, embora nossa língua irmâ, o espanhol, estivesse bem representada pela presença de muitos latino-americanos e dos espanhóis. Fez falta também mais trabalho de grupo, como fazemos aqui, e menos falas de especialistas…

Que o próximo encontro, em 2013 na Ásia, possa revelar nossos avanços e nossas perspectivas, como Luxemburgo pode mostrar. O mundo precisa de nós, da Economia Social e Solidária, como se diz lá fora: precisamos estar à altura, tentando praticar no dia á dia hoje aquilo que queremos ver triunfar no futuro. saudações solidárias,