Fonte: www.juventudesolidaria.blogspot.com

As Comunidade Autofinanciadas (CAF)são pequenas comunidades na qual os sócios, geralmente etre 10 e 30 pessoas, contribuem com pequenas quantias de dinheiro que permitem converter-se em proprietários da CAF. Com o fundo criado se oferece pequenos empréstimos aos sócis, uma média de 350 euros, que servem para cobrir gastos como reparações, remessas ao país de origem, livros para escola das crianças…

A idéia central da CAF é simples: Porque não colocamos entre todos uma pequena quantidade de dinheiro e criamos um fundo para dar empréstimos entre amigos, familiares ou companheiros? A chave é resolver necessidades econômicas pequenas porém indispensável.

Uma experiência de autoorganização

Estimulam o desenvolvimento, mas não são bancos. Emprestam pequenas quantias em dinheiro, mas não são microcrédito. As Comunidades Autofinanciadas converteram-se em uma alternativa para as pessoas com poucos recursos para superar conjuntamente as necesidades econômicas básicas.

Começaram em Barcelona a seis anos atrás e agora estão em Madrid através de Transformando, uma cooperativa de projetos de economía solidária.

Seu funiconamento é tão sensível como eficaz. Grupos de 10 a 30 pessoas, amigos ou conhecidos, realizam uma contribuição entre 30 e 50 euros cada um. Isso os permite solicitar um empréstimo até três vezes acima de seu depósito, com um limite de mil euros. Quanto maior a contribuição, maior o crédito. O dinheiro é pago segundo um prazo fixo acordado no regulamento da CAF.

“Há algumas regras que é preciso cumprir para garantir o éxito dessa iniciativa. Porém, sua aplicação é decidida pelos membros de cada grupo”, afirma José Fernando García, porta-voz de Transformando.

Beneficiários e sócios

“A diferença com os microcrédito é que aquí o dinheiro é dos sócios, não se aceita recursos externos”.

“Enquanto que o dinheiro do microcrédito é de um banco ou de uma ONG, nas CAF o dinheiro é dos sócios. Não se aceita recursos externos. Além disso, os empréstimos são solicitados, normalmente, para gastos extras imprevistos, não para microempresas”.

Alcira Escobar, da CAF La Gaiatana, e Benedetta Falleti, da CAF Cinco Estrelas, são pioneiras em Madrid.

Em nosso caso – afirma Alcira – somos 9 mulheres colombianas, participantes a Associação de Codesenvolvimento que dá nome da CAF. “Quando nos falaram da possibilidade de tornar uma comunidade, nos pareceu muito interesante. É uma forma de ter sempre um dinheiro disponivel para comprar livros, enviar dinheiro a familia ou pagar contas”, explica Alcira.

Falleti vê como uma trama comunitária. “Periódicamente, contribuo com fundo. Desse modo, não gasto em outras coisas e disponho dele quando preciso. Fiz dois empréstimos para pequenas viajens, que nenhum banco haveria me dado”, afirma essa argentina.

Uma vez ao mês, a CAF reúne-se para atualizar pagamentos, avaliar as solicitações de crédito, conceder empréstimos ou aceitar novos sócios. Qualquer movimento monetário registra-se em um livro de contas e entrega-se o recibo. Para evitar tentações, a tesoureira, leva a caixa forte com o dinheiro que sobra e outra pessoa com as chaves.

“Ultimamente temos sofrido atrasos nos pagamentos, porque alguns sócios tem perdido emprego, por isso temos decidido ampliar os prazos de pagamento”, afirma Alcira.

Muito mais dinheiro

Os primeiros a se somar com o projeto foram imigrantes, que já conheciam este sistema financiamento, baseado na confiança mútua.

Jean Claude Rodríguez, presidente da Associação das Comunidades Autofinanciadas têm sido referência dessa metodología na Espanha. “Com a crise muitas pessoas tem visto nas CAF uma solução a seus problemas. Em Barcelona há 25, algumas só de catalões”, assinala.

Sua maior vantagem é a criação de uma rede de apoio mútuo que atua como um anteparo diante de situações adversas e facilita a integração social. “Um estudo realizado pela ACAF em Barcelona , com entrevistas a 430 imigrantes, revela que para 60%, as CAF são a única unidade social”, afirma ese emprendedor social.

O modelo têm despertado interesse de numerosas associações. O objetivo de Transformando é acabar o ano com 12 comunidades em Madrid e Jean Claude pensa em extender a iniciativa a toda a Espanha.