Fonte: Informações enviadas por Sandro Silva
Longe de quererem evitar outras atrocidades, a exemplo do que aconteceu no interior de Pernambuco – São Joaquim do Monte, o que pretendem os aparelhos do Estado capitalista – Poder Judiciário, imprensa, intectuais burgueses, latifundiários, entre outros – é simplesmente desqualificar e jogar na vala comum a ação do mais importante movimento de resistência à insanidade do capitalismo já surgente no seio da sociedade brasileira. Senão, o que justificaria a ferocidade com se insurge o “princípe de toga”- aliado de um dos maiores corruptos do país, ou seja, do banqueiro Daniel Dantas – o senhor ministro do Supremo Gilmar Mendes?
Afirmar que o MST é violento, diante de uma situação que fugiu ao controle do movimento, levando à morte os quatro pistoleiros que atentaram contra a vida dos trabalhadores rurais é, sobretudo, querer nivelar por baixo e confundir o senso da sociedade, ainda mais se considerarmos os mais de 1500 assassinatos – denunciandos pelos MST – de trabalhadores rurais em todo o país, que se encontram sem a devida indignaçao de qualquer dos setores do judiciário, sem a devida punição, sem vozes institucionais que às façam justiça.
Os fazendeiros, grileiros, latifundiários, políticos… de Eldorado dos Carjaás, da região do Bico do Papagaio, os assassinos da irmã Dorothy, a chacina dos cinco trabalhadores do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, Minas Gerais, entre tantos outros, continuam em liberdade ou sequer foram identificados em face da morosidade ou inoperância das investigações. Muitos desses, hoje, se escondem em mandatos, em prefeituras, em suas empresas, ou estão conveniando com os govenos, em contratos milionários, representando somas vutuosas que reduzem a insignificância os 1,5 milhão conveniados com as organizações ligadas ao MST, seja para promover assistência técnica ou educação nos acampamentos e assentamentos.
Que tipo de reação foi esboçada por qualquer desses aparelhos quando foram assassinados, recentemente no município de Monte Santo (BA) os campesinos Tiago, Luis e Josimar, ocorrido no dia 15/10/08? Que fim levou o relatório final da CPI da Violência do Campo aprovado pela Assembléia Legislativa da Paraíba, denunciando assassinos, mandantes e acobertadores de mais de 18 assassinatos de trabalhadores rurais (2003)? Considerar que a denúncia fora feita segundo os ritos da Lei, encaminhada ao Ministério Público.
A bem da verdade, no final do ano passado, precisamente em outubro de 2008 a OEA (Organização dos Estados Americanos) levou o Estado brasileiro a julgamento, pela falta de eficácia da justiça brasileira – traduza-se por impunidade – frente às chacinas de Ubá, e ao caso da fazenda Princesa, ambas ocorridas no Pará (1986), com cinco camponeses executados, onde alguns tiveram as cabeças decepadas, e os corpos jogados no rio. Sabe-se da participação da UDR (União Democrático Ruralista) – nestes e em inúmeros outros casos – que até hoje tem seus tentáculos no Congresso Nacional, teve inclusive candidato a presidente, mas esta organização e suas subsequentes, continuam negociando as dívidas do agronegócio e impondo seus convênios aos govenos.
Pois bem, é teatral e facista o tratamento dispensado ao MST. Mesmo por que sabemos que os campesinos envolvidos no assassinato dos pistoleiros em Pernambuco serão tratados com a truculência e o ódio do Estatado buguês. Assim como é certo que os rigores da Lei abundarão para provar, subliminarmente à sociedade que a propriedade privada capitalista é imaculada. Quem viver verá a eficiência do judiciário brasileiro.