Fonte: Marciano Vasques

Deuses não me interessam. O que me importa é a criança. A criança é do mundo, ela é universal.

No jornal a imagem do rosto da menina chorando por causa da irmã que foi assassinada. Isso está acima de tudo.

Se o governo proibe a presença da imprensa, os jornalistas buscam alternativas, podem pedir ajuda para o povo, e a população fornece as informações, diretamente da dor para o nosso lar.

Que o governo do povo de Jeová e o governo do povo do profeta Maomé estejam brigando entre si, que um exército tenha três mil tanques e o outro nenhum, que um quer acabar com o terrorismo, e o outro não abre mão disso, nada disso importa em princípio. O que importa é que estão matando crianças, que não têm culpa de viverem num mundo governado pelos adultos.

Na Europa multidões saem às ruas. Ninguém quer isso. Chega de matança. Acabar com o terrorismo? Mas crianças inocentes estão morrendo!

A insensatez não pode prevalecer jamais, a loucura não pode vencer a razão.

A arrogância e a intolerância não podem chegar ao ponto de permitir uma criança chorando no funeral de seu irmão, sem compreender o porquê isso aconteceu.

Criança é criança em qualquer lugar. Ela quer brincar, quer correr livre, não quer bombardeio, não quer foguetes que matam, não quer tanques de guerra.

Ela não é palestina, não é Israelense. Menino é menino, menina é menina. Quem sangra criança, quem a mata em nome de um motivo político, em nome do poder, em nome da guerra, não merece clemência da consciência.

Dois compositores disseram numa canção.

“Não importam os motivos da guerra, a paz ainda é mais importante que eles” Não se trata aqui de retórica poética, não se trata aqui de devaneios de escritor, trata-se de um posicionamento.

Não sou israelense, não sou palestino, sou cidadão do mundo.

E também não estou me metendo em politica de nenhum país.

Como disse, o que importa acima de tudo é a morte de um inocente, ainda mais quando ele é mais que um civil, é uma criança.

A guerra só existe por causa da insensatez, da loucura, da intolerância, do arrogância.

De que adianta ficarmos discutindo se Israel está certo ou então os palestinos.

Se o ataque é defensivo ou não.

De que adianta ficarmos discutindo, se crianças estão sendo brutalmente assassinadas?

Gostaria de também poder ficar em silêncio, mas não posso: escrevo livros para crianças. Como seria possível o silêncio?

Nenhum povo deve ser massacrado, nenhum holocausto mais.

Teste para o novo governo americano?

Demonstração de força?

Matar crianças no início do Século XXI?

Que cada homem de boa vontade possa inteferir nos corações dos que têm o poder de matar.

E que as crianças cantem livres. (Para lembrar Taiguara!)