Reflexões de Marcos Arruda (marruda@pacs.org.br)

Foi aprovada no estado do Rio de Janeiro a Lei de Fomento à Economia Solidária que institui o Conselho Estadual de Economia Solidária e um Fundo de Fomento à Economia Solidária no estado. A promulgação do projeto de lei 3.373/06, cria o órgão encarregado de centralizar ações voltadas para esta nova organização de trabalho coletivo, que privilegia o desenvolvimento sustentável.

Seguem reflexões de Marcos Arruda, Socioeconomista e Coordenador Geral do Pacs, sobre os desafios e tarefas que virão pela frente:

1) Mostrar na prática que a Economia Solidária visa ser, de fato, Socioeconomia Solidária ou uma Economia Responsável, Plural e Solidária;

2) Mostrar na prática que não é nem será somente “uma economia dxs pobres”, e sim um novo sistema socioeconômico pós-capitalista; para isso, devemos dialogar e atrair o mundo das cooperativas cada vez mais para perto e para dentro da SES;

3) Ampliar e aprofundar nosso trabalho de formação-educação cooperativa e solidária, para termos pessoas com uma visão e uma competência cada vez amplas e profundas;

4) Ampliar e aprofundar as práticas de SES nos campos centrais de atividade: consumo consciente, frugal, visando uma vida integral e de qualidade; produção autogestionária e planejada de modo democrático; trocas solidárias; finanças solidárias e moeda social;

5) Precisamos de uma Casa da SES no Rio e noutras cidades do estado, como polo irradiador, espaço de trocas solidárias e centro de educação solidária;

6) Investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias adaptadas ao bem estar humano e social e concebidas para a sustentabilidade ecológica;

7) Pensar noutras legislações a elaborar e aprovar, que consolidem o setor de economia social solidária, ao lado dos setores estatal e privado;

8) Tais leis teriam que lidar com a política fiscal, com as compras governamentais, com as regulações dos fluxos de capitais no estado, com o conceito e a prática do desenvolvimento no estado, com a incompatibilidade entre projetos de desenvolvimento local autogestionário e solidário, e megaprojetos globais corporativos autoritários, como é o projeto de Complexo Siderúrgico em Sepetiba (CSA – ThyssenKrupp/Vale, Gerdau, termoelétrica a carvão mineral, altamente poluente, etc.);

10) Estabelecer uma nova carta de princípios da SES para o ERJ, que seja também um Código de Ética para guiar o comportamento dos diversos atores e cadeias de valor da SES;

11) Desenvolver uma estratégia de construção de redes de colaboração solidária no ERJ, capaz de ampliar sempre mais a organicidade da SES e sua capacidade persuasiva a fim de agregar sempre mais atores à nossa esfera sistêmica de relações socioeconômicas solidárias.

Precisamos desenvolver um sistema de trocas de reflexão e práxis da espiritualidade relacionada com uma Economia Responsável, Plural e Solidária. Compartilho assim com vocês a Mandala da SES, que busca sintetizar e articular os diversos órgãos que compõem do grande organismo da SES.

Acesse A Mandala da SES em www.fbes.org.br