Fonte: www.mda.gov.br

A produção e comercialização de carvão ecológico é um dos frutos do projeto-piloto de manejo sustentável da caatinga em áreas de reforma agrária implantado no município de Serra Talhada, Sertão do Pajeú, na região do Médio São Francisco pernambucano desde 2006.

As atividades estão sendo desenvolvidas nos seguintes PAs: São Lourenço, Poldrinho, Catolé, Paraíso, Lajinha, Paulista e Mandacaru I. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento sustentável, o uso racional dos recursos naturais e a geração de emprego e renda, mediante a implementação do manejo florestal sustentável.

Uma equipe de técnicos da Associação de Plantas do Nordeste (APNE) iniciou o trabalho de manejo nesses sete Projetos de Assentamentos do Incra, em maio daquele ano, após a assinatura da Carta de Acordo de contribuição entre a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Os frutos do manejo sustentável

Um dos assentamentos que participam do projeto, o São Lourenço, comercializa o carvão ecológico desde agosto (cada saco de 25 quilos do carvão é vendido por R$ 7,00), e a nova atividade já provou para a comunidade local que o manejo florestal pode possibilitar diversas vantagens. “O manejo permite que a extração de madeira deixe de ser predatória, pois um talhão de uma área é cortado e as famílias só vão poder cortá-lo novamente depois de 15 anos. Nesse período, já houve a regeneração da floresta”, explica o presidente da associação de moradores, Antônio Freire da Silva.

Seu Antônio ressalta ainda que para gerar renda, além do manejo, os assentados pretendem usar as duas fontes de água presentes na região para a irrigação de uma horta orgânica coletiva, e, assim, inserir o assentamento no Programa de Aquisição de Alimento (PAA) do Governo Federal e participar de feiras populares do município.

De acordo com Engenheiro Florestal da APNE, Frans Germain Pareyn, o processo de implantação do projeto aconteceu em cinco fases. Primeiro foi a capacitação dos técnicos de extensão rural local e regional em manejo florestal e adequação ambiental, bem como dos produtores rurais dos assentamentos selecionados. Também foi realizado um diagnóstico e o planejamento participativo do uso dos recursos naturais, principalmente florestais desses assentamentos. Em seguida, houve a elaboração dos Planos de Manejo Florestal Sustentado (PMFS). Por último, foi realizado o acompanhamento e a assessoria técnica para a implementação dos Planos junto aos PAs.

O engenheiro disse também que a próxima etapa do projeto será desenvolver e implementar uma estratégia de comercialização adequada, visando agregar valor aos produtos. “A perspectiva é que as famílias passem a ter renda imediatamente depois da implantação do manejo. Tudo de forma ecológica, legal e sustentável”, afirmou.