Fonte: Isolda Dantas (isolda@cf8.org.br)

As mulheres representam mais da metade da população brasileira, são as mais afetadas pelos processos migratórios e cada vez mais assumem a responsabilidade pelo grupo familiar que integram. Sua presença na economia rural é marcada por uma forte divisão sexual do trabalho expressa numa concentração das mulheres em atividades voltadas para o auto-consumo familiar e realizadas como mera extensão dos cuidados com os filhos e os demais membros da família, atividades estas realizadas predominantemente sem remuneração e, portanto, não vinculadas à comercialização.

Levando isso em conta e tendo em mente o objetivo de propiciar um espaço de promoção, divulgação e comercialização dos produtos agroecológicos, da economia solidária, de agroindústrias familiares e de artesanato produzidos por grupos produtivos de mulheres rurais; e ainda com a pretensão de dar visibilidade às atividades econômicas realizadas pelas mulheres e propiciar espaços de debates sobre o reconhecimento do trabalho reprodutivo e não remunerado (…) é que o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, conjuntamente como o Governo do Estado, a Prefeitura do Natal em parceria com outras instituições governamentais e não-governamentais, vai realizar nos dias 30 e 31 de outubro e 01 de novembro do corrente ano, a I Feira Estadual de Economia Feminista e Solidária. Essa é uma iniciativa importante de empoderamento das mulheres para o acesso ao mercado.

Na programação cultural da Feira a proposta é apresentar um pouco da diversidade cultural produzida pelas mulheres do estado teremos: dia 30 – AS POTIGUARAS, dia 31 – ROSA DE PEDRA e dia 01 -ORQUESTRA DE TROMBONES DAS MULHERES DE CRUZETA.

A Feira acontecerá na Rua Açu, ao lado da Catedral em Natal e contará com a participação de 185 mulheres expositoras, incluindo assentadas da Reforma Agrária. Com vistas na consecução desses objetivos e levando em conta que a Feira é uma iniciativa que visa à promoção os grupos produtivos de mulheres, uma vez que possibilitará comercialização de seus produtos, e que está sendo custeada por diversas entidades, na formade parcerias. Queremos que esse espaço da Feira seja além de um momento de comercialização um espaço de formação, troca e fortalecimento das ações que as mulheres de nosso estado já desenvolvem. Nesse sentido definimos coletivamente que é muito importante que garantir a participação de mulheres jovens de todos os Territórios Rurais do Rio Grande do Norte

A construção de um mundo mais igual e justo, passa pela transformação da vida das mulheres e por políticas de empoderamento e acesso a renda. A Feira é uma ação governamental que está sendo construída com a colaboração de muitas parcerias institucionais e com os movimentos populares organizados.