Texto de Déa S. Melo – GT Cultura FSM 2009
Dança dos Peixes – Isso é Pirapuracéia em Tupi! A imagem pode parecer apenas poéticamente bela e pouco realista, quando estamos falando, discutindo e buscando concretizar a transformação social, para um “Um outro mundo possível”, como defende o Forum Social Mundial, a realizar-se na Pan Amazônia, no território da cidade de Belém/PA em 2009.
Foi assim, mais uma vez na noite desta terça-feira dia 30 de Setembro, na Praça Milton Trindade em Belém/PA, onde acontece semanalmente há seis anos, o Programa Pirapuracéia de Mana-Maní, ainda que sem nenhum apoio financeiro.
Neste dia 30, pessoas de sexos, áreas, atuações, crenças, ideologias e tradições diversas sentiram-se chamadas e foram lá, dar as mãos e entrar na “grande RODA”, “por um outro mundo possível”.
Dançamos povos amazônidas – o ocidente, especialmente indígenas e afrodescendentes com Danças da Marujada de Quatipuru/PA; a indígena não-aldeada Olinda Juruna, nos ensinou como seu povo dança, pra pedir licença às águas antes da aventura e do risco que é atravessar um rio. O rio que simbólica e verdadeiramente nos permite ou não, chegar à outra margem, ao desconhecido, ao que ainda virá, ao objetivo, ao destino enfim.
E aí vem a dança russa – o oriente, que numa espécie de quadrilha, coloca nossas mãos, braços e corpos juntos, entrelaçados e em movimento circular, especialmente alegre, nos recordando que o serviço conjunto, colaborativo é possível e pode ser prazeroso e criativo. Basta que reconheçamos nosso tempo-espaço na roda e participemos para ajudá-la girar. Em círculo, somos todos-as iguais no papel a desempenhar, mas preservamos e valorizamos nosso jeito de ser, de dançar, ainda que errando os passos…O que importa é que naquele momento é o melhor que podemos fazer, colocando nossos talentos à disposição.
Ao todo apenas aquelas cinco danças, nos permitiram organicamente sentir, tocar, cantar, pulsar alguns ritmos possíveis no encontro com o outro-a, com o diferente; que pode ser uma pessoa de outra nacionalidade ou que simplesmente pensa ou tem um ritmo diferente. E cada qual faz a sua parte e por ela responde na roda da dança e na roda da vida.
Te convidamos para a próxima rodada de Pirapuracéia, na última terça-feira do mês de Outubro, rumo ao Forum Social Mundial.
Será que nossos Grupos de Trabalho, também podem se expandir em dança, em canto e poesia, por “um outro mundo possível”?