Fonte: Adriana Dias (trocasaoleo@bol.com.br)

Ao responder a mensagem enviada ao e_solidaria por José Lima/ Sorocaba-SP (jagadiisha@yahoo.com.br), Adriana Dias deu dicas de como organizar espaços de trocas solidárias, as quais apresentamos abaixo.

Para Adriana, do Grupo de Trocas de São Leopoldo, “o mais importante para um evento de trocas acontecer é: as pessoas levarem o que trocar!!! e divulgar o evento junto aos/às participantes com antecedência!”

Como sugestões de metodologia para espaços/ encontros de trocas solidárias, Adriana propõe duas opções:

Trocas com moeda social

Monte um bom lastro, com coisas interessantes (comida e livros é legal). Bom lastro = quantidade.

Na chegada, cada participante troca um dois objetos por moeda social no ecobanco, os seus outros objetos deve colocar na sua própria mesa (ou toalha no chão etc.).

Quando todos estiverem arrumados (mais pessoas no banco apressa o processo) dê o início. Só então as pessoas começam a comprar e vender seus produtos (com as primeiras moedas que trocaram no eco-banco), ou trocam objetos entre si (não são permitidas reservas de produtos).

Ao final do tempo pré-determinado (1h30 é bom, se tem tempo, 2h é melhor), terminam as trocas e começa o destroque da moeda social no banco, pois ninguém deve ir embora com moedas.

Importante dois aspectos:

1.Começar com quem tem mais moeda (e privilegiar quem acumulou) e por quem tem menos moedas, ou em ordem alfabética, ou por quem chegar primeiro na fila.

2.A moeda social deve ser à prova de falsificação. Embora em um evento assim seja muito difícil falsificar, isto pode acontecer quando se usa a mesma moeda em vários eventos. Uma sugestão é gastar uns 30 min fazendo suas próprias moedas, escolhendo o nome, a cor, desenho. Distribua papel e caneta colorida, cada um desenha um pouco das moedas, elas vão para o ecobanco, são carimbadas ou assinadas (à prova de falsificação) e depois colocadas em circulação na troca inicial. No final da atividade, redistribua as moedas, e faça todo mundo rasgá-las. É interessante a reação, desde “eu tive todo o trabalho’ até “não se rasga dinheiro’, mas é um bom exercício de desprendimento

Trocas sem moeda social

Cada um se instala em um espaço, uma mesa ou uma canga no chão, e ao sinal do coordenador começa a trocar entre si, pelo escambo. A troca de produto por produto também tem um tempo determinado. Ao final quem não trocou, leva suas coisas pra casa, pois não há moeda, nem lastro, nem eco-banco.

No Grupo de Trocas de São Leopoldo fazemos assim a mais de um ano, nem começamos a pensar em moeda social ainda.

Para pensar

Como determinar o preço – o preço é subjetivo, todo mundo sabe o preço do que está levando, assim como cada um coloca o valor no que quer comprar. Se eu quero muito aquela bolsa, vou pagar muito por ela, assim como as coisas que estou levando têm pouca utilidade pra mim, então pouco preço. (veja a diferença entre preço e valor)

A troca/compra com moeda social não é obrigatória, se eu não quero um produto, ou se acho que o preço está muito alto, não tem negócio e pronto, mas vale todo tipo de negociação, afinal, a moeda em uso só vale ali, não vou levar o $$ pra casa e gastar outro dia em outro lugar, assim como as coisas que estou levando pra trocar, eu já me desfiz delas, pelo menos já me dispus a não tê-las mais.